terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Gosto

As pessoas não sabem nada sobre os conselhos que dão. Eu quero viver o efêmero quando tiver a oportunidade. Quero poder não comer carne e mesmo assim ser convidado prum churrasco. Gosto de me molhar na chuva, isso não dá gripe, isso dá liberdade. Gosto das dores na perna após uma partida de futebol. Gosto do salgado no corpo que a água do mar deixa, mesmo que ela esteja nojenta por causa das pessoas da praia. Gosto de como meus dentes doem quando como ou bebo algo muito gelado. Gosto de ver homens de mãos dadas. Gosto de ver mulheres de mãos dadas. Gosto de ouvir Belchior e de ouvir Infest. Gosto de usar shorts no frio e de usar tênis sem meia. Eu gosto de vocês todos mesmo que nem todos me gostem... Eu só gosto.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Fim-de-ano.

Ano se acabando é sempre uma lástima. É hora de pensar nas coisas boas que fiz e nas ruins que poderei melhorar. Coisa que é sempre meio inútil, porque nunca melhoro em nada. Acho que só tô abrindo esse post pra dizer às pessoas uma coisa: nunca vou me esquecer de vocês. Amigos e amigas de um passado recente que hoje já não gostam de olhar para minha cara, eu queria dizer que sempre vou lembrar de vocês com carinho e que entendo a decisão que tomaram. Eu entendo. Eu sempre estrago tudo mesmo. Boas festas!

Fatal

A noite que era pra ser alegre tinha o céu negro com pequenas gotas de água que de lá caíam. Na teoria era a noite do amor e da compaixão para com o próximo. Todas as pessoas costumavam se abraçar e trocar sorrisos umas com as outras. A exceção era Davi. O menino alto de dezoito anos de idade que não via sentido naquela noite, em especial.

Davi sentia dentro de si um enorme vazio que o deixava louco. Não fazia ideia de qual peça na vida poderia completar este espaço que ali dentro estava vago. Era um garoto cheio de dúvidas e muita coisa que presenciara até aquele momento, o sufocava de tal forma que Davi padecia, e padecia, e padecia...

As nuvens que fechavam a noite daquele 25 de dezembro pareciam convidar Davi para uma dança sublime onde todo o vazio seria preenchido. Davi sem ter muitas opções resolveu pegar na mão e subir ao céu para dançar uma valsa, um tango, ou qualquer coisa que o tirasse daquele castigo que era viver.

Davi já não reclama mais da vida e nunca saberá qual era o pedaço que faltava. Se era o coração, os olhos, a mão ou o pé. Tudo o que Davi sabia, era que em vida não se sentia bem e, agora, longe de todo seu passado, Davi queria viver para sempre... mesmo sabendo que já não mais vivia.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

10h55

Há dias em que nada mesmo se resolve, tudo parece longe do comum, todos o cumprimentam com raiva e tudo o que se quer fazer, é se apagar. São em dias assim que paro pra pensar e percebo que o homem não é lá tão diferente duma formiga. A formiga que se borra toda por estar trancada num box de banheiro tentando manter-se viva enquanto lá chove e as gotas caem muito violentas no chão.
O ser humano é o nada. É a peste. É a formiga que rapidamente se prolifera. O mundo, assim sendo, é um grande formigueiro lotado de formigas imbecís.

domingo, 11 de dezembro de 2011

a Letter

Não preciso de muita linha para explicar como faz falta.
Isso não é difícil de entender, mas sim de pôr pra fora.
Sem seu cheiro aqui me sinto incompleto com a tristeza em pauta.
Parece que o momento de partir chegou mais rápido agora.

Você poderia voltar do infinito e me beijar pela última vez.
Não aguento mais o silêncio que faz nessa casa maldita.
Com o resto das forças que tenho nesse corpo em palidez.
Deixo no chão de meu quarto, à quem for, esta carta escrita.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Post #270

Foi andando até a estação.
Levando ao lado apenas seu Medo.
Não aguentava mais tanto peso.
Por essa razão chegou lá cedo.

Para um lado foi sem dizer nada.
Caminhou, o Medo, para o lado inverso.
Entre os dois não houve despedida.
E nem a palavra doce no verso.

O Medo pegou o trem para seu 'Vale'.
Enquanto o outro entrou no 'Solidão'.
Agora ele vive sorrindo por aí.
Longe de toda e qualquer escuridão.

As coisas que intalavam na sua garganta.
Hoje lhe saem muito normalmente.
Corre com o vento e até consegue voar.
Vive feliz com o Medo ausente.

Numa rua longe de onde ele morava.
Encontrou uma menina encantadora.
Que lhe pediu um tanto de ajuda.
Para ser, também, voadora.

Disse que à ela o Medo não dava folga.
Ele, então, disse para deixá-lo partir.
Sem ter muita certeza daquela sugestão.
Foi à estação sem receio de se ferir.

Lá mandou o Medo para o Vale.
Mas ela não foi ao Solidão.
Ficou agora com aquele moço.
Que virou dono de seu coração.

Os Medos deles também se encontraram.
Vivem juntos pensando no futuro e no atual.
Planejando o nome do filho que terão.
Que amedrontará o filho daquele casal.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Odeio alguns dias de novembro

Nada de bom têm sido retornado ultimamente.
Eu me sinto sufocado por estas cortinas escuras.
Que de forma tão dolorosa escondem meu quarto.
Esquecendo de que aqui dentro bate um coração.

Nada de bom têm acontecido dentro da mente.
Eu tenho sido cercado por tantas coisas obscuras.
Parece que apenas no dia do meu parto.
Foi que minha vida teve algum momento de ação.

Quem eu queria segurar nos braços não está aqui.
Algum motivo para orgulhar-se também não existe.
Talvez eu só precisasse de um domingo ensolarado.
Ao lado de alguém (você) me dizendo algo calmante.

Percebo que está mais do que na hora de sair daqui.
Sem você estou como um passarinho sem alpiste.
Por você vou ficar em meu quarto escuro parado.
Até o dia em que chegar querendo ser a minha amante.

Enquanto nada disso acontece nessa vida.
Afogo-me numa profunda onda de tristeza.
Tendo que fazer a coisa que não me interessa.
Para que de tudo de ruim eu esqueça.

Não suporto lembrar do dia da despedida.
É num momento desse que odeio minha avareza.
Vejo minha linha correndo aqui dentro com pressa.
Não dando folga alguma à minha cabeça.

Como eu
odeio ser
eu
em alguns dias
de novembro.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Volta

Foram poucos, porém, doces os momentos. Foram poucas, porém, belas trocas de olhares e palavras ditas. Nunca uma conversa tão pequena soou tão confortável como essa, espero que você pense da mesma forma que eu. Você nunca saberá com que tamanha intensidade mexeu comigo. Nem você e nem ninguém. Queria que o abraço fosse, agora, multiplicado por vários outros. Só espero que todo esse carinho seja recíproco e que você não tenha medo de mim, Alamada.

domingo, 13 de novembro de 2011

Busca

Com tanta gente feliz, eu não sei o que dizer.
A vida deu uma volta e parou no mesmo lugar.
Nada, nesse domingo, consegue me entreter.
Já é quase amanhã e do céu tá caíndo o mar.

No pouco tempo que mantenho tudo colorido.
Vi que posso, sim, ser alguém diferente.
Apesar de continuar muito dolorido.
Ainda não tem algum motivo aparente.

O que me ampara nessa noite molhada.
Não é nada que eu possa tocar.
Quando minha vida tá assim avacalhada.
Tudo o que quero é na chuva me afogar.

Eu tento fazer algo de bom para mim.
Mas não tem jeito, isso tudo não pára.
Tô querendo mesmo é adiantar o fim.
Dando, em cheio, um tiro na cara.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Gotas de uma chuva que passou

aquilo que foi
não é
não vai
não volta

foi, foi
não vem
sem chance
não volta

por mim sim
por você não
agora já era
já foi
não vem
não volta.

era bom
era, era bom
mas, né
já foi
não passa
não volta.

flores
não têm
murcharam
se foram
amizade aqui
entre nós não
já era
já foi
não tem volta

queria repetir
queria prosear.
não dá
não vem
pra mim dá
e pra você
não tem volta

(Escrevi isso há uns três anos mas a história tornou a acontecer)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Post #259

Fico feliz em te ver sorrindo ao meu lado.
Fico feliz vendo que o temor tem-se acabado.
Fico feliz que tenhas respondido ao meu chamado.
E mais feliz ainda de ser teu namorado.

Que nunca mais tenha de ficar, de ti, separado.
Porque tu me levas aonde nunca tinha estado.
Fez com que dos sonhos eu tivesse reclamado.
E fez com que eu quisesse morrer por ter acordado.

Parar de sonhar com o teu rosto, é preciso.
Entre esperar e partir pra frente estou indeciso.
Porém, estou apaixonado por teu cabelo liso.
Nunca te vi e nunca pisei em teu piso.
Mas, puta que pariu, como é lindo esse teu sorriso.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Caçando o desgosto

Gosto de mostrar meu sofrimento escrevendo mais.
Dizendo que eu sofro e que isso só mal me traz.
Minto para mim mesmo dizendo que tanto faz.
E me enganando desse jeito pareço até estar em paz.

A realidade do amor aqui em mim é inversa.
Mesmo sendo bonitinha tal qual um gato persa.
Em meu mar de tristeza a alegria é submersa.
Tudo porque entre nós já não há mais conversa.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Good ideas come from sleep, darling

Estou sendo perseguido feito um coelho.
Perdido e indefeso dentro da mata.
Essa vida é injusta e sou muito azarado.
Um coelho gordo sem nenhuma pata.

Cada golpe que me acertam na fuça.
Mostra como sou mesmo vulnerável.
Reergo-me mas sempre caio outra vez.
A minha queda sempre foi inevitável.

Ainda não aprendi a viver neste mundo.
Talvez eu tenha de fazer uma viagem.
Entrar no mar respirando fundo.
Porque viver assim é uma bobagem.

Num mundo onde se mata por tão pouco.
Ou que se mata pela opção sexual.
Um mundo escroto mostrando que o homem.
É o mais atrasado e miserável animal.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

Nós o amamos

Contaram-me uma baita duma mentira.
Dizendo que o tempo tudo sara.
Talvez eu tivesse muito mais amigos.
Tendo menos espinha na cara.

Contaram-me uma baita duma mentira.
Dizendo que assim não chegaria à NASA.
Talvez eu tivesse muito mais amigos.
Se chegasse sempre bêbado em casa.

Contaram-me uma baita duma mentira.
Dizendo que não sou tão falido.
Talvez eu tivesse muito mais amigos.
Se não fosse tão distraído.

Contaram-me uma baita duma mentira.
Que falava de dona Totonha.
Talvez eu tivesse muito mais amigos.
Tendo muito menos vergonha.

Contaram-me uma baita duma mentira.
Dizendo que eu tenho reais amigos.
Ah, espera... Isso é verdade!

sábado, 15 de outubro de 2011

Post #257

Acabei por não fazer nada do que eu prometi
Também não me desculpei pelos erros que cometi.
Minha maior estupidez foi entregar meu amor à ti.
Que foi o único medo que, na vida toda, combati.

Estou muito perdido. Estou pior que bicho.
Não faço nada certo mas me mato com capricho.
Sinto-me uma besta e para você isso eu cochicho.
E agora vejo minha vida que foi correndo para o lixo.

Eu até que me gostava por ser diferente, por ser torto.
Hoje não desfruto desse prazer. Hoje estou morto.
Em toda vez que me fiz de barco, você foi meu porto.
Quando fui carro, perdi-me em curvas do seu corpo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

02h58

Sonolenteando sem sono estou.
Sou sovina somente sem dente.
Sonolenteando sem vida eu sou.
Sem sono não sou assim contente.

Tragédia a vida desse moço.
Ai, que chatice esse tal de pôno.
Não tanto quanto esta vida caroço.
Que assim como eu vive sem sono.

Sonolentinado sem sono vivo agora.
Sou um avarento apenas sem sorte.
Soterrando o sono num campo de amora.
Sentado sem sono espero minha morte.

Sem coração quem recusa vossa amizade.
Descoraçãozado é esse povo sem graça.
Essa que se nega por causa de vaidade.
Sonoletada sentada num banco de praça.

domingo, 9 de outubro de 2011

De concreto.

Espero que depois disto tudo algo tenha mudado.
Depois de dizer o quanto gosto de ti, meu amado.
Que o que eu sempre quis fazer era estar ao teu lado.
E num dia de frio e chuva ir embora abraçado.

Espero que me entenda e pratique comigo a amizade.
Depois de dizer que de ti não mais espero maldade.
Que o que sempre quis foi encontrar a felicidade.
Enquanto rodava chorando os becos desta cidade.

Espero que saibas me dar a mão quando eu precisar.
Depois que meu corpo já estiver cansado de chorar.
Estarei perdida no teu quarto com a cabeça a rodar.
Enquanto deito do teu lado para dizer que vou te amar.

Gosto do teu cheiro mais do que o da margarida.
Espero que não me deixes a esperar-te na avenida.
Porque o que de melhor me aconteceu até hoje na vida.
Foi ter o teu amor estancando a minha ferida.

sábado, 8 de outubro de 2011

É o sono (ou falta dele).

Estou com vontade de dormir mas não disponho de sono algum na cabeceira de minha cama. Vago pelos corredores da casa atrás dele mas não consigo achar nada e, quando percebo, o sol já está se levantando outra vez. Se à noite já é impossível de apagar, pela manhã eu já nem tento. Há um tempão não sei o que é dormir de verdade. Última vez que tive esse prazer, você me dizia que estava muito gorda e tentava me arrancar um "pára, cê tá ótima" enquanto ouvíamos uma música onde dizia que teríamos coisas bonitas pra contar, e então, você me dava um cafuné e um boa noite.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Post verde.

Eu queria ter nascido árvore. De vez em quando até me sinto assim, mesmo. Gosto disso. Gosto de comparar o ser-humano à uma árvore. Cada vez que choro de dor magoado com as pessoas, transformo-me noutro corpo, onde sou, de fato, uma árvore. E nem assim meu choro é causado por outra coisa que não uma pessoa má que só sabe machucar. Minha pele grossa de casca fraca, já velha, é arrancada de mim e jogada ao chão como se não valesse muita coisa (e vale?). Dou parte de mim para outra pessoa ser feliz mesmo que isso me faça chorar. E que diferença, assim sendo, tem uma árvore grande e bela comigo, se tudo o que faço é me desfazer para que outra pessoa possa sorrir? Se eu fosse uma dessas árvores que são imunes de corte eu seria, também, privado de sofrer? Talvez fosse legal ficar assim sem me machucar, sem que me machucassem, complicado é que, para que isso realmente aconteça, eu teria que me isolar. Não, chega... por favor, chega de solidão.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Post #256

Durante tanto tempo, tudo o que eu quis foi segurá-la em meus braços e poder dizer coisas macias que fariam você sorrir espontaneamente olhando meus olhos. Passei dias ensaiando uma maneira não-tosca de como chegar em você e dizer "Ei, bonita camisa!" sem que parecesse que eu estava afim de falar mais do que isso. Quis ter você ao meu lado para que pudesse me ouvir reclamar do que tanto reclamo, de como minha bicicleta está velha e de como faz um barulho irritante toda vez que pedalo. Tantas vezes achei que você fosse bonita só por olhar como seus cabelos brilhavam. Tantas vezes quis te perguntar "Está bem?" quando via você com um ar triste em sua janela, mas tudo o que fiz foi entrar pra casa e pensar comigo mesmo "Ah, que diferença iria eu fazer?". Hoje me veio à cabeça que, talvez, se eu tivesse criado coragem o suficiente para fazer essas coisas, poderia ter salvo você de quem você é hoje. Por fora você é tão bonita, mas que diferença faz a opinião de alguém assim, esteticamente desfavorecido? Talvez não muito coisa.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Post reclamão.

Estou aqui reclamando de coisas que não têm porquê, novamente. Reclamo do que não me pertence e nunca pertencerá, falo mal de todo mundo para mim mesmo, falando que Fulana está muito gorda, que Cicrano mudou muito e que eu reclamo demais das coisas. Reclamo de como essa noite está longa, reclamo do sono que não vem, reclamo do dinheiro que não tenho, reclamo das coisas que não tenho. Reclamo demais de minhas roupas, reclamo demais do meu tênis e do medo que me sobra. Reclamo de que não tento te dizer e reclamo de não conseguir tentar. Reclamo que estou vivendo errado, reclamo que sou imprestável e insuportável e, junto do Cartola, procuro afogar no álcool a tua lembrança. Essa história de ficar reclamando de tudo isso já é velha mas ainda tenho paciência para confrontar esse tipo de coisa, já me acostumei e me conformei comigo mesmo. Eu não esperava mas aconteceu.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Post #255

Viver só com duas mãos é muito sem graça, por isso estou sempre a bater palmas em portões de casas onde você não mora. Viver só com uma boca é muito sem graça, por isso estou sempre a gritar seu nome por ruas vazias onde nunca irá passar. Viver só com duas pernas é muito sem graça, por isso vivo sempre a correr atrás de você pelo caminho errado tentando te achar numa curva qualquer das mesmas ruas que grito seu nome e das casas com portões que não são seus. Viver sem você é muito sem graça.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Post do sonho.

Esta manhã acordei com a certeza de que tinha estado com você a noite toda, e estive, num sonho longo que durou a madrugada inteira. Eu não esperava sonhar com você. Lembro que estava num vagão de trem viajando com uns amigos e do nada você aparece e se instala junto de nós. Você estava com o cabelo bonito, uma jaqueta onde tinha um patche de sua banda favorita e usando calças de seu pijama que era branca e tinha um monte de vezes a palavra "bixo" escrita com várias cores diferentes. Minha primeira reação foi tirar sarro de sua calça ao ver você se sentar à minha frente. De repente, chega uma mulher que nunca tinha visto e tira uma foto nossa juntos, creio eu, que a seu pedido. Você fica perto de mim e me abraça e diz que com isso sonhara há sete anos. Eu retribuo o calor abraçando você bem forte, como se fossemos íntimos de carne a vida toda. Chegamos ao destino e você soltou de minha mão, foi comprar algo para comermos e eu acordei. Maldito seja o dia de hoje que fez eu perder você... de novo... e é em momentos como esse que eu gostaria de dormir para sempre.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Post da chuva.

Quando o céu está cinza demais, eu preparo meu coração para toda chuva que vai cair. Fico sentado em uma cadeira próxima à janela da frente, abro quatro dedos dessa janela e começo a namorar cada pingo daquela chuva. Ela começa fina mas em pouco tempo se transforma em tempestade, ganhando toda a rua e inundando meus olhos. Eis que me vejo cheio de coragem e ergo minha cabeça para entrar nesta multidão de água que vem do céu. Sinto-me purificado vendo que tudo isso cai e bate com força contra minha pele, é como se estivesse me levando coisas más e me trazendo coisas boas ao mesmo tempo. Sinto-me, também, lúcido o bastante para achar e dizer que cada gota dessas chuvas possam ser partes de você ou palavras de você tentando me confortar e sinalizar de que tudo ficará bem, de que tudo tem um porquê e, acima de tudo, que me ama apesar de tal distância. Toda chuva que cai é uma lembrança sua que ainda é viva em cada poro do meu corpo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Post #254.

É uma casa normal a que vivo. Tão vazia mas lotada de pessoas na maior parte do tempo. Pessoas que fizeram parte de mim em momentos diversos de minha vida e que hoje já não sabem quem sou.
É tanto braço me envolvendo que chega a me dar calor, vozes que se repetem e falam coisas agradáveis quando preciso. Talvez todas essas pessoas que me aquecem só falem isso para que as acolham, porque, por mais que estejam vivas e sorridentes por essa cidade, já não se lembram de meu rosto ou nome. Então tudo que me sobra são promessas eternas que não foram cumpridas.
Estou certo de que falar com tais vozes seja o correto mesmo sabendo que são falsas e dolorosas. Se eu acabar por abandoná-las, morrerei sozinho, restando-me somente minha saudade de um dia ter sido amado. Ainda guardo fotos em memória de nossos nomes juntos no papel. Tenho certeza que vocês, vozes, não me deixarão, pois sou eu quem as ordeno. Se um dia fizer isso, quando menos esperar, estarei morto. Sem minhas vozes, sem meu calor e sem minha saudade.

sábado, 27 de agosto de 2011

Post #253

A casa vazia me grita que a solidão chegou.
Seu rosto distante me avisa que não estou bem.
Sentado num quarto bebo o que me sobrou.
De quando dessa saudade ainda não era refém.

Sua risada ainda ecoa alto dentro de mim.
Cada momento contigo ainda ferve minha cabeça.
Tentei te esquecer e nisso tudo dar um fim.
Mas as lágrimas que ficam não deixam que te esqueça.

Você foi, talvez, o que de mais bonito me ocorreu.
A vida que é uma bosta e sempre leva o que amo.
Triste dizer que nosso laço forte se rompeu.
Mais triste ainda é ver que seu nome ainda chamo.

Seu fantasma ronda belo e fúnebre por aqui.
Às vezes me pega e me amarra com nosso laço.
Mesmo assim não consigo me esquecer de ti.
E ainda chorando este lindo fantasma abraço.

Post #252

E agora, quando volto ao normal, sinto-me meio idiota.

Post agonizado.

Estou me sentindo feio.
Estou me sentindo gordo.
Estou me sentindo sozinho.

Meu cabelo não serve pra mim.
Meus olhos cansados não servem pra mim.
Minhas unhas roídas não servem pra mim.

Perco fácil o controle de mim mesmo.
Xingo e grito quando eu não posso.
Tudo o que eu queria era ser diferente.

Não queria estar aqui agora.
Queria estar em outro lugar, cercado de pessoas legais, que fizessem eu me sentir diferente.
Eu queria ser diferente nem que fosse só por este instante.

Vendo assim, sendo assim, de nada valem as pulsadas.
Nada valem as lágrimas, nada valem os berros.
Isso só machuca a quem gosto, isso só me mata mais devagar.

Eu quero mudar um pouco, ser menos eu.
Queria não ficar só escondido, queria ter a chance de brilhar.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

Sessão I - M.

Sem algum sono me ponho a levantar.
Enquanto ando o corredor, descubro.
Nessa calçada me ponho a sentar.
Lembrando das lindezas de um outubro.

De repente, começo a lembrar.
Do seu sorriso que me cativava.
De repente, me ponho a chorar.
Lembrando que você lá não estava.

Sentados na grama fomos desenhar.
Uma voz ao fundo a gente ouviu.
Era sua mãe gritando a lhe chamar.
E uma pontada meu coração sentiu.

Daí pra frente quando eu te olhava.
O seu olhar, rapidamente, sumia.
Era tão novo, não sabia que te amava.
E que sentimento algum aqui havia.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Post #251

O anjo já não voa tão alto.
A boca já não grita tão forte.
Ninguém se importa mais.
Com a profundidade do corte.

O olho já não tem olhar fixo.
E a língua já não é usada.
Perdi-me em seus braços.
Bastou-me só uma olhada.

A mão já não afaga tanto.
E o anjo não voa tão alto.
Quebrei o coração outra vez.
Nem precisei dar um salto.

A lágrima não corre mais o rosto.
E a agonia não habita mais meu peito.
E com todo esse tempo passando.
Percebi que não tenho jeito.

As memórias não ardem como antes.
Agora só quando têm vontade.
Ainda lembro de quando te amei.
Talvez fosse minha única verdade.

Hoje danço com flores distantes.
Onde nada pode me deter.
O nariz já não sabe respirar.
E o coração já não sabe bater.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Post #250

Porra, fazia tempo que eu não escrevia qualquer merda assim só pra matar as horas. São 03h16 e eu deveria ter saído há um tempo. Não sei se as pessoas que liam este blog ainda o fazem, se sim, peço perdão. Eu queria dizer que este blog ainda é a maneira mais fácil que conheço para dizer tudo o que sinto. Dia desses pensei realmente em fazer um livro com o conteúdo que tem dele, de um menino tímido para multidões que gostem ou desgostem do que ele escreve. Pensei em fazê-lo anonimamente, pra não perder o costume que tinha em 2009. Mas aí eu caí na real e pensei "Pô, olha pra mim, né?". Um cara com meia aula de português que mal leu um livro na vida, achando que sabe fazer rimas, quando todas elas são fáceis demais e sem graça demais.

Ah, não perco o dom da auto-depreciação. Amo você, minha vida miserável!

Post #249

Quando alguém me faz uma pergunta.
Sempre enxergo-a com maldade.
Do abraço eu ainda me lembro.
Porém do beijo eu sinto saudade.

Tenho muita preguiça do que sou.
Mesmo assim me ponho a andar.
Estranho é isso que penso sempre.
Então canso e me vou a sentar.

Recuso agora o seu carinho.
E espero que não me leve a mal.
Mas fico vulnerável desse jeito.
E ainda me sinto um animal.

Prometi a mim mesmo agora.
Que não amo mais à distância.
Porque se quero ser mesmo feliz.
É de total discrepância.

Ainda tens muito para viver.
E saberá como sofri outrora.
Então vamos deixar por assim.
Porque pra ti não demora.

Um dia, bem perto, vai se apaixonar.
Claro que não posso ditar por quem.
Enquanto este dia aí não chega.
Vou-me indo. Passar muito bem.

Post #248

Estava eu cá, sentadinho sem pensar em nada, até que me surge sua imagem na minha cabeça.
Dentro dela acabo criando uma vida toda para nós dois em menos de um minuto.
O momento em que sinto mais culpa por ser apenas uma memória foi quando nós andávamos pela rua de sua casa, até que começa a chover e você me diz "Corra, vamos para a casa de minha mãe!" e tudo o que eu fiz foi te deixar ficar (fodida da cara) comigo ali mesmo, se molhando, de mãos dadas que às vezes se transformavam em abraços. E você solta um "Filho da puta" e me ri como se eu fosse a coisa mais fofa que você já tivesse encontrado. No desenrolar da história você fica gripada e eu te visito.
Fico gripado por ter estado junto de você.
Você me infectou. E até aquele momento, foi a gripe mais legal que já peguei na vida.
Aí eu acordei sem te dar tchau.

sábado, 23 de julho de 2011

Post quebrado.

Quebraste feio esse meu coração
Que insisto em dizer ser teu
Nunca dei atenção demais a ele
Mas só por ti, forte assim, bateu.

Hoje volto desolado e sem tuas rosas
Já que o sorriso da cara colocaste em outro rosto
No meu peito agora se fez um vazio
E minha alegria arrancaste com gosto.

Sentido em ti ainda consigo enxergar
Ainda te acho a mais bela do mundo
Conseguiste feio me magoar
Fizeste-me chorar mais profundo.

Post #247

E aqui comigo estão, novamente, todos os pensamentos que havia deixado pra trás. Desgraçados, não posso amarrar meus cadarços que eles me alcançam e começam a falar alto nas minhas orelhas enquanto quero só dormir. Perdi alguma meia hora pensando no meu futuro, tendo um certo otimismo sobre decisões que terei de tomar um dia, mas, mesmo assim, não sei se o que estou pensando agora é o certo para mim ou o que eu realmente quero disso tudo. Ainda reclamo que não tenho um par, só que desta vez eu faço alguma coisa para mudar a situação, mesmo que timidamente e que quase nada mude. Só queria ter menos indecisões e a cabeça vazia agora, quem sabe conversar ou dormir. Falo sério, ser alguém melhor demora. Preciso aprender a fazer isso. Pior é quando você pensa "Putz, talvez se não fosse longe demais". Sabe né? Aquelas coisas de antigamente, assim, questão de três ou quatro anos. Preciso cortar o cabelo e parar com isso.

Post #246

Peguei uma mania nova agora.
Que, para variar, só faço sozinho.
Pego minha música e vou lá fora.
E me sinto em paz um pouquinho.

Até que gosto dessa sensação.
Desfruto essa iguaria com gula.
Percebo estar sem o coração.
E mordo minha áspera pele crua.

Bate-me com força uma vontade.
Que há tempos me deixara voar.
De alguém ao lado tenho saudade.
Saudade também de alguém pr'amar.

Aí então subo no cume do muro.
E ligo a música para a alma.
Ouvindo baixinho eu fico no escuro.
Degusto esta linda noite com calma.

Minhas blusas não esquentam muito bem.
E um frio cortante me vem até o braço.
Sinto falta de ter ao lado um alguém.
Sinto falta de receber um abraço.

Olho pro céu que hoje é estrelado.
E namoro a casa que fica em frente.
Sem nunca ter sido o namorado.
Caio nas armadilhas de minha mente.

Volto à cama com um vazio no peito.
Sentindo que ainda não estou completo.
Sinto que não dá para viver deste jeito.
E que me falta um pote grande de afeto.

Fecho meus olhos e tento esquecer.
Seguir com a vida tenho de tentar.
Que merda! Não posso nem escurecer.
Pois amanhã cedo tenho que acordar.

Post #245

Dia desses eu tava pensando sobre mim. Era madrugada, sei lá que horas, e eu tava pensando o que seria da minha vida. Vendo TV descobri que não queria ser mais uma pessoa normal, onde eu tenha que lamber o saco do meu chefe para conseguir uma promoção, tendo que, num futuro próximo, mostrar isso para meus familiares chatos num churrasco sem graça de domingo. Onde todo mundo vem à minha casa no bairro de classe média só para comer de graça e beber dos meus drinks importados que me fodi tanto pra conseguir. Não. Eu quero ser diferente disso. Quero ser algo que eu queira, talvez alguma coisa que eu tenha sonhado desde pequeno. Mas quando isso não existe, o que resta para mim? Não tive a chance de sonhar no que ser quando fosse grande. Não tive a chance de ser uma criança normal, paranoias inconsequentes sempre estiveram à minha volta. Sempre pensando longe, achando que conspiravam contra mim, que minha mãe iria me largar a qualquer momento. Tanto tempo perdido pensando nessas coisas, fizeram com que eu esquecesse do meu bem. Hoje, sou só outro velho barrigudo que come e peida na sala, vive sozinho e acha que sua vida não foi bem aproveitada. Maldito eu, o cara que Deus esqueceu.

Post #244

Oi. Sei que não me conhece.
Mas assim mesmo te vejo.
Oi. Sei que logo, logo esquece.
Mas mesmo assim a desejo.

Sempre olho pra você de longe.
Enquanto seu cabelo brinca com o vento.
E assim o sorriso que se forma por fora.
Esconde o amargo que vivo por dentro.

Uma memória não tão vaga.
É o que trago no peito.
Lembro do seu sorriso infantil.
De menina, lindo, todo sem jeito.

Há pouco tempo que te reconheci.
Mas toda minha infância acendeu.
Mesmo sabendo que sou um fantasma.
Meio idiota que nunca se esqueceu.

Não faço muita questão de me aproximar.
E nem sei se saberia como fazer.
Assim, não tenho risco de apaixonar.
E meu qualquer sozinho volto a beber.

De vez acordei desse sonho nostálgico.
E aceito que nunca vou ter o que reclamar.
O que aconteceu outrora já não interessa.
Minha memória foi jogada ao mar.

Post #243

Da mesma forma que não consigo realizar algumas tarefas fáceis para a maioria das pessoas, também não estou conseguindo medir o nível da minha inutilidade que, cada dia que passa, sinto que cresce consideravelmente, e quem tem alguma coisa para perder com isso sou só eu mesmo. Estou me sentindo muito triste agora. Acabei de fazer coisas que há dias não fazia. Todos aqui em casa estavam felizes com meu grau de comportamento melhorando. Mas sei lá, tudo o que tenho pra dizer é que recaídas de fato acontecem. É incontrolável. Como qualquer outra coisa que já senti - ou ainda sinto - continua sendo algo que foge do meu controle e eu não consigo domar. Desculpas são só coisas ditas para tentar amenizar o estrago que fiz. Desculpa é só uma palavra vazia que mente, que fere e que me julga. O culpado sou eu e a culpa é minha.

Post de ressucitar.

O que houve não foi um erro grande. Foi pequeno, um errinho só.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Post relâmpago.

E então disse a mãe ao filho desesperado:

— Filho, não fique assim, existe outro milhar de pessoas que gosta de você!
— Isso não me interessa já que a única pessoa que eu desejo que gostasse de mim não faz nem ideia de que existo. Para ela, sou apenas outro cão viralatas que rasteja por comida na porta de um açougue. Se ela ao menos soubesse o quão rápido bate meu coração quando a vejo desfilar às escadas do colégio, mamãe, garanto que toda essa minha agonia daria um tempo de aporrinhar minha cabeça. Eu deveria sair e falar com ela sobre tais sentimentos que moram em meu peito, mas a senhora, dona de minha vida, mais do que ninguém sabe que não sirvo para isso. Gostaria de ser diferente, mamãe.

A mãe já desolada e triste por ver seu filho naquele estado, soluçando o choro, disse-lhe:

— Mas meu filho, tu não deves se dar ao luxo de sofrer por alguém que não sabe nem a cor do teu olho. Largue mão de ser bobo e fuja para longe da escuridão dessa moça. Sabe que isso só te fazer sofrer. Tem que parar com isso o quanto antes para que não se afogue mais ainda nesse mar de solidão.

Do menino nada se ouviu desde que fechou seus olhos depois do banho.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Post #242

Estive afim de alguém que pudesse se importar.
De ter alguém com quem pudesse me preocupar.
Que também pudesse me ocupar. Desocupar.
Que sentasse ao meu lado para me escutar.

Mas de mim esse alguém sumiu no ar.
Longe do meu lado é onde foi parar.

Triste.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Explicação de 'perdida'.

Não tinha o que fazer, então resolvi escrevê-lo.
Há, com certeza, erros de português porque não o li. Isso é tudo.

Perdida

E como começar a escrever coisas vazias e totalmente sem préstimo algum? Coisas que ninguém teria a real pachorra de ler nem se quer uma única linha. Coisas que enfatizam o quão ruim a vida de uma pessoa pode (parecer) ser. Ler sobre catástrofes pessoais, sobre tragédias internas, brigas mesquinhas vindas de mim para mim mesmo. Como começar a escrever sobre coisas banais que envolvam só a minha pobre pele suja, áspera e asquerosa que rasteja no chão feito um lagarto gordo? Como começar a escrever coisas sobre a alma de alguém que não tem vida? Alguém que sofre por nada e acha que assim é certo. Alguém que vê além das aparências e se engana? Pff... é muita perca de tempo escrever sobre uma pessoa que vive desse jeito. Que se descreve da maneira mais pejorativa possível, talvez para ganhar um pouco de atenção enquanto se afoga no egoísmo. Simplesmente não entendo como conseguem fazer isso sem parecerem idiotas. Talvez cada um de vocês esteja sofrendo e querendo um colo para reclamarem, tal como eu queria agora.

Tudo isso começou quente e cinza, como de costume. Enquanto abria os olhos, sentia o cheiro da chuva que caía e molhava minha janela. Tenho muitas manias, uma delas é a de achar qualquer coisa inútil uma maravilha - uma dessas maravilhas era justamente ver as gotas correrem os vidros. Meu pijama tinha grossas listras em tons diferentes de verde. Era minha cor favorita e aquilo fazia eu parecer uma pessoa menos esquisita. Meu quarto, quando chovia, ficava mais escuro do que o normal. Era o lugar que eu mais gostava de estar quando me sentia frágil às coisas que me rodeavam. Meu travesseiro é macio. Ele gruda minha cabeça nele, como se estivesse apaixonado e não quisesse perde-la, mesmo sabendo que voltaria para seus braços todas as noites. Antes de levantar, costumava estralar as costas. Era uma ótima sensação. O som dos meus ossos agradava demais meus ouvidos que, à noite, só sabiam ouvir minha própria boca falando mal de mim. Calço meus chinelos e vou ao banheiro. Faço minha barba enquanto tomo banho, não tenho nenhum pingo de vaidade depois que um trágico fato me aconteceu. Na garganta descem de mãos dadas um gole de café amargo e uma mordida de pão-com-manteiga. Todas as minhas manhãs de dia de semana eram assim e eu não tinha muito do que reclamar.

Perdida (Part. II)

Todos os dias antes de sair de casa, regava plantas que ficavam dentro de um pote preto, em cima da minha mesa da cozinha. Como morava sozinho, era alguma coisa a mais para eu me comprometer a fazer... além de ser a única coisa viva que eu deveria ter cuidado. Não gostava de carregar minha chave comigo. Sempre me senti inseguro em relação à isso. Por isso, a deixava em baixo do tapete da entrada. Um tapete muito ridículo, diga-se de passagem. Uma cópia barata de tapetes americanos onde estava escrito "wellcome". Devo conferssar que só gastei dinheiro naquela porcaria por causa desse erro grotesco. Ele era um diferencial e eu gostava de coisas idiotas.

Eu gostava do meu trabalho. Era professor de um escola que havia perto de onde morava. Dava aula para crianças de onze e para adolescentes de 16 anos. Ensinava um pouco de português para eles. Não gosto muito de falar disso pois nunca me achei alguém muito esperto. Meu cérebro de ervilha era limitadíssimo e sempre deixava escapar alguma informação que era importante àquelas pessoas. Sempre tinha alguma menina das carteiras da frente me corrigindo. Acho que meu jeito sonso e meio 'foda-se' era o que me diferenciava dos outros professores daquele lugar. Meu alunos realmente me adoravam e eu gostava demais disso.

Como eu morava perto de onde trabalhava, sempre ia de bicicleta à escola. Eu colocava fones de ouvidos e gostava do que fazia. Foram 20 anos fazendo isso, de segunda a sexta, sem faltar uma vez se quer. Era bem aplicado... a formiga operária mais aplicada que o Estado tinha em mãos. Eu me orgulhava disso, mas no fundo eu sabia que não deveria fazê-lo. Em casa, novamente, às nove da noite, tudo o que sabia fazer era fritar umas batatas fritas e comer com um copo grande de chá gelado. Nunca fui um grande chefe de cozinha e nunca soube fazer muitas coisas, comida congelada era sempre o que tinha no meu cardápio pessoal. Ninguém reclamava, afinal, eu jantava sozinho todas as noites. Minhas namoradas gostavam da minha comida, mas sempre reclamavam da minha companhia. Por conta disso vivo sozinho hoje, sem ninguém ao meu lado. Relacionamentos rápidos sempre vêm e vão, não nasci para essa coisa de ficar junto a vida toda. Mas a verdade sempre dói, e dizer que viver sozinho é meu penar, é o que corta fundo meu coração vazio. Dizer que viver sozinho é bobagem, ao mesmo tempo, é mentira. O que escrevi não tem muito sentido, mas se você mente para si mesmo, todos os dias, dizendo que está bem, talvez tenha entendido bem o que as últimas linhas trouxeram até você.

Perdida (Part. III)

E foi partindo desse modo de vida sem graça e solitário, que fui partindo do trabalho para casa todos os dias. Minha vontade de ficar sozinho confrontava com garotas que eu havia encontrado ao decorrer dessa minha vida. Mas nenhuma dela foi capaz de me fazer sentir um cara tão legal quanto uma delas - Alice. A história dessa garota (hoje, mulher) eu não sei contar. As dezenas de garotas que me fizeram sentir prazer por todo esse tempo não significavam muita coisa pra mim e, de alguma forma, acho que elas sabiam disso. Elas também nunca se importavam com isso, para elas, eu era só outro pedaço de pele que elas usavam e depois descartavam. Não significava absolutamente merda nenhuma. Isso não me machuca porque era recíproco. Eu tive um amigo que era meu oposto. Importava-se demais com quem ele saía, ainda que poucas, e sempre acabava machucado.

Voltando ao assunto central, Alice era uma pessoa incrível quando eu tinha seis anos de idade. Estudávamos juntos, fomos colegas de classe por um ano, e mesmo sendo novo desse jeito, eu sabia o que aquela menina significava para mim. O jeito com que ela me emprestava seus lápis-de-cor era fascinante. Os olhos azuis e cabelos loiros eram encantadores, sem falar no jeito com que ela tratava todos seus coleguinhas. Ela não se interessava por ninguém, é claro, ela tinha seis anos, mas eu sentia algo por ela... nada sério, eu só gostava de estar perto dela. Ela era a melhor companhia que eu pude ter na minha vida. Certa vez, resolvi dizer que gostava muito dela e tomei um fora. Lembro que quando cheguei em casa, perguntei para minha mãe se eu era feio. Ela disse que não. Óbvio, é minha mãe, não poderia vir outra resposta de sua boca. Quando aquele ano na pré-escola acabou, ela se mudou e eu nunca mais a vi. Queria poder ter a chance de vê-la hoje em dia, adulta. Provavelmente está casada, ou até grávida. Mas eu iria gostar mesmo de vê-la.

Dia desses eu morri. Fiquei me perguntando porque não sentia mais as coisas. Até que fui me dar conta que meu chá havia acabado. Só percebi quando cheguei no final do texto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Post, simplesmente.

Oi. Hoje é dia 14 de fevereiro de 2011 e eu ainda me sinto a mesma coisa. Ando mais apático do que o normal de uns dias pra cá. Tenho andado bem triste comigo mesmo, dentro de mim algo está apagado e eu não consigo achar a solução para melhorar. A razão é a mesma de sempre, uma tal coisa desconhecida que ainda insiste em me perturbar. Estou sem saco para muitas coisas e de saco cheio de ver gente feliz demais. Sei lá, parece que querem a todo custo esfregar tudo isso na minha cara, contando dos planejamentos para a vida, contando que tudo está bem, que não poderia estar melhor, que o namoro está bom... Acho meio mancada viver comentando dessas coisas. Não. Não é mancada nenhuma. Mancada mesmo é eu querer julgar os outros por serem felizes do jeito que são. Às vezes me sinto tão hipócrita pensando desse jeito que eu nem deveria estar respirando enquanto escrevo essa merda de texto.




P.S.: Feliz dia dos namorados pra quem tem.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Post indiferente à todos.

E eu que me achava indestrutível.
Caí perante sua beleza.
Mesmo antes de chegar ao final.
Afoguei-me numa profunda tristeza.

Fiquei tão ligado aos seus olhos.
Mesmo sabendo que não me faria bem.
Apaixonei-me por seu meio sorriso.
E por seu corpo todo também.

O erro foi ter levado à diante.
Todo esse amor que era errado.
A parte boa é que eu havia sentido.
O que é bom de ser seu amado.

Adorava suas longas gargalhadas.
Gostava de saber que era engraçado.
Hoje em dia as coisas mudaram.
E minha graça ficou no passado.

Não tenho mais o mesmo efeito.
Que dez anos atrás te fazia feliz.
E nem me dar um último beijo.
Sua beleza de boca quis.

Não sabia mais o que queria.
Senti-me deserdado e sem rumo.
Comecei a beber o que não podia.
E minha roupa cheirava à fumo.

Entristecia-me cada vez mais.
Era sozinho, sem nenhum amigo.
Por causa de sua incrível beleza.
Eu me tornei meu pior inimigo.

Agora escrevo essa carta idiota.
Mesmo sabendo que você não vai ler.
Quero que saibas que ainda te amo.
Mesmo você me fazendo sofrer.

O que aconteceu, foi o esperado.
Eu é que não soube me defender.
Essa carta vai terminar repetida.
Com a bendita palavra "morrer".

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Post sufocado.

Estou reclamando novamente.
É a única coisa que sei fazer.
Fácil seria eu ir lá fora.
Com uma companhia.
Sentar um pouco no chão.
Na rua.
No asfalto.
Meio fio. Grama. Céu. Muro.
Conversar um pouco.
Rir um pouco.
Sentir-me feliz, pelo menos um pouco.
É bem assim. Do nada.
Quando consigo, desperdiço.
Quando não tenho, suplico. Feito pecador.
Ah.
Talvez eu só precise dormir.
Ou só precise de alguém ao lado.
Sentar no frio. No poste. Com alguém.
imagino a cena.
E fico triste.
Porque nunca.
Nunca.
Irá se realizar. Pelo menos para mim.

"Then someone falls in love
And someone's beaten up
Someone's beaten up
And the senses being dulled are mine
And someone falls in love
And someone's beaten up
And the senses being dulled are mine
And though I walk home alone
I might walk home alone ...
...But my faith in love is still devout
"

sábado, 22 de janeiro de 2011

Post da vida.

Sentado estou.
Vendo correr.
O mais novo casal.
E vendo crescer.
O meu baixo astral.

Deitado estou.
Sentido o sangue correr.
A mais velha veia.
Deitado estou.
Ciente de que morrer.
Só faz parte da teia.

Não fico triste agora.
Que não mexo mais um dedo.
Pois a todos vocês.
Contarei meu segredo:
Sempre quis saber.
O que havia lá fora.
E essa tal ambição.
Me levou embora.

Post bobo.

Fico a imaginar.
O dia em que chegará.
Pertinho do meu ouvido.
Para dizer que me quer.
Fico imaginando.
Quanto tempo eu perco.
Pensando nisso.
Imagino sempre como seria perfeito.
Se nossas mãos andassem juntas.
Ou se você me fizesse sorrir.
Quando isso fosse mais improvável a acontecer.
Fico imaginando o dia em que você emergirá do meu rio.
O rio que é minha cabeça.
Imagino quando é que vai criar pele e osso.
Quando é que vai ter voz.
Sentido.
Quando é que vai ter a mão para segurar a minha.

Queria poder ter o poder supremo de transformar imaginação no real.
De poder fazer com que você, moça que me habita, saísse de minha cabeça.
E fora dos meus sonhos, pudesse me dar um abraço, tal como costuma fazer.
Enquanto me pego imaginando o quão bobo sou por querer olhar teus olhos.
Frente a frente, não desse jeito, com olhos fechados.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Post apaixonado.

Segure minha mão.
Que linda.
Tão bela quanto o ar.
Que cai, cai...
...Em mim.
Caminha flutuando.
Feito o ar.
Somos eu e você.
Feito um par.
Balança tão gostoso.
Devagar.
Serena e tão bela.
Como o mar.
O céu que já é cinza.
Mostra a chuva que cai, cai...
...Em mim.
As folhas das árvores.
Avisam-me do melhor.
Você está para vir.
Do ar. Do ar.
Parar em minha mão. Parar.
Deitar em minha cama. Deitar.
Sem tempo pra mais nada...
...A não ser pra me amar.
O ar. O mar. Em mim.
Fim.

Post arrependido.

Talvez tudo seja a falta.
Falta de alguém.
De você.
Não sei porque da falta.
Que sinto no peito.
Se nem te conheço.
De nariz em nariz.
Por que me importo?
Serão as sardas? O charme?
Não sei.
Tudo que sei. É que assim...
...Sinto-me um besta.
Não filo cigarro. Não tomo meu trago.
Meu modo de esquecer.
É esquecendo.
Coisa que nunca.
Nunca.
Acontece a mim.
Por falta de cigarro? Por falta de um trago?
Não sei.
Tudo que sei. É que assim...
...Sinto-me melhor.
Apesar de sentir.
Que me sinto uma besta.

Post matemático.

Ninguém percebeu.
Nem mesmo eu.
Do 223 eu pulei pro 238.
Desatenção.
Já não durmo. Dedos. Qualquer coisa que venha.
Madrugada molhada. Parada.
Sozinha. Fria e nua.
Do 223 ao 238.
Um mundo vazio. Sem nenhum coração.
E quem precisa de sentimentos?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Post #238

E é com extrema firmeza que te escrevo.
Mesmo sabendo que não queres me ver.
Ponho nas linhas o quanto te quero.
E quantas vezes pensei em morrer.

Ficar assim distante não me convém.
Mesmo sabendo que não queres me ver.
Ponho no ar um suspiro de culpa.
Com toda a vontade de aqui te ter.

Choro constantemente essa sua falta.
Mesmo sabendo que não queres me ver.
Ponho na cabeça uma tentativa frustrada.
Que por burrada, foi de te esquecer.

Engulo meu choro e tomo coragem.
Mesmo sabendo que não queres me ver.
No bolso coloco mais uma das cartas.
Que tentarão, para mim, te trazer.

Volto daí com profunda tristeza.
Ao ouvir a frase mais tensa: Te esqueci!
Na boca coloquei o cano da arma.
E sem metade do coração, morri.

Post #237

E a minha luta continua de pé.
Mesmo sendo utopia total.
Continuo tranquilo como a água.
Ou como as roupas no varal.

Não mexo um dedo para mudar.
Reclamo sempre do que parece errado.
Mesmo assim vou ficar por aqui mesmo.
Pois é bem melhor permanecer parado.

Com meus dedos as teclas apertarei.
Sentirei-me inteligente nesta rede.
E quando eu xingo o mundo capitalista.
De Coca-Cola me dá sede!

Critico a todos que só querem dinheiro.
Mesmo que sempre precise do meu.
Maldito povo individualista.
Que na cabana de luxo cresceu.

A grana(da) explodirá na tua janela.
Defendo o pobre e o mundo inteiro.
Mas, estou cansando de computador.
Deito tranquilo em meu travesseiro.

Post #236 - Carta

Você mesmo cria suas barreiras. Você não é tão livre quanto você pensa. Quando tiver trinta anos de idade vai entender isso. Sentir-se livre, talvez. O mal que cai sobre sua cabeça, foi plantado na sua própria terra, e quem o colheu foram suas mãos. As mesmas mãos que já secaram tanto suas lágrimas. Lágrimas derramadas em consequência do choro que se ouvia. Choro que você mesmo exalava. Choro que você mesmo causava. Você é o seu próprio mal. Todo lixo que você mesmo empurra guela à baixo, é o que você mais repugnará. Irá perceber que toda sua certeza não passava de uma folha marcada que dançava com o vento. Irá perceber o quanto se repreendia enquanto achava que estava livre de alguma coisa. Você não precisa estar por cima, ou ter algo em cima de você para saber o que te faz bem e o que não faz. Não o critico. Só te admiro por me criticar. Achar que sou inferior às suas verdades. Você e sua turma não sabem muita coisa do que é o certo. Ninguém sabe ao certo o que é o certo. Pessoas acreditam no que querem. Pessoas falam sobre o que sentem vontade. Amam. Odeiam. Conscientizam-se. Fala tanto em diferença que no fundo não percebe que é o mais preconceituoso é sua própria carne. Que nada de ruim seria feito no mundo, se sua imunda carcaça já não estivesse presa à terra. ideias não morrem fácil. Ideias são imortais. Caso você resolva pô-las ao mundo, tenha certeza de que ninguém sairá ferido com sua força. Espero que você saiba realmente o que está fazendo. Espero que não venha a se arrepender do que está fazendo. E aquela sua folha será passada de geração em geração, aos outros que virão, cegos pela mesma manipulação que você mesmo colocou no seu coração.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Post #235

Esse lance de raiva é só pra mudar o sentimento um pouco. Tô sabendo que é pouca gente que lê mesmo, então, não tem problema nenhum.

Post #234

Depois de tanto tempo vivendo assim.
Olho minhas mãos e começo a chorar.
O que fiz na vida para poder sorrir?
O que fiz na vida para me orgulhar?

Sinto pena agora de mim.
Percebo que não valho nada.
Meu sapato agora ponho no pé.
E sozinho pego a estrada.

Percebo também como sou burro.
Sinto-me um completo imbecil.
Deixo pra trás uma vida sem graça.
E alguns discozinhos de vinil.

Raiva sinto de mim mesmo.
Tenho vontade de me bater.
Choro irritado pelos meus atos.
E o motivo nem quero saber.

É assim mesmo que a vida age.
E é isso que a vida me deu.
Um tanto assim de coragem.
Que minha alma penosa vendeu.

Não tenho mais ambições.
Ninguém em mim me ama.
Tranco-me na minha casa.
E choro afogado na cama.

Acabou-se assim minha vida.
A caminhada chegou ao fim.
Sozinho no mundo inteiro.
Sem alguém com pena de mim.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Post #223

Enquanto você pensa estar salvo de tudo.
Percebe que fica cada vez mais sozinho.
Vê-se virado rezando ao pé do Santo.
Querendo beber água, e não vinho.

Chora de arrependimento por toda a sua vida.
Arrepende-se de todos a quem machucou.
Esquece que a vida não tem backspace.
Feito a internet que você usou.

Sai para a rua e ninguém te cumprimenta.
Fecha a cara e finge estar tudo bem.
Sem menos perceber, de você próprio,
É a agora o novo refém.

Mente para si, achando ter amigos.
Teclado, máquina e uma tela.
A vida lá fora você ignora.
E vive o que está pra lá da janela.

Com sua cara de bosta e olhos grandes.
Por uma rede social está cego.
Você morrerá sozinho em sua cela.
Afogado no lixo de seu ego.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Post #222

E tudo ainda está igual.
Sem qualquer coisa pra orgulhar.
Sinto a mesma preocupação.
Que sempre quis eliminar.

Bate assim uma coisa feia.
E me deixa sempre pra trás.
É isso o que acontece.
Quando me importo demais.

Deveria deixar de lado.
Tornar isso irrelevante.
Por um motivo qualquer.
Isso se torna importante.

Poesia suja. Feia. Sem graça.
Menino feio. Sujo. Sem graça.
Mundo estranho. Sujo. Sem graça.
Vida estranha. Feia. Sem graça.

Perdi, de novo, o dom da rima.
Não consigo mais escrever. Fuck!
E ainda assim te acho fofa.
Queridinha, Little Duck. *:

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Post #221

Oi. Tô fazendo esse post justamente por não ter nada de melhor para fazer. O ano começou e eu não notei diferença alguma. Coisas boas estão para acontecer mas eu não consigo enxergar isso como sendo coisa boa. Ando meio chato com todo mundo, sendo grosso com quase todo mundo. Não faço isso porque quero, nem por impulso, faço porque não sei quando sou grosso. Nunca achei que botar pra fora o que estou sentindo iria me prejudicar desse jeito. A noite está quente aqui dentro da sala. Lá fora faz um friozinho atípico. Não tenho companhia para dar uma volta, sentar no meio fio, falar bobagens ou coisas desse tipo. Tudo o que mais queria agora essa fazer isso. Tchau.

P.S.: Refiz meu twitter: @tio_neto

sábado, 1 de janeiro de 2011

Post #220

Só rima pobre.

Post #219

Lá vai a menina da camisa branca.
Levando os fogos para seu namorado.
Com seu sorriso e sua beleza franca.
Que se mostrava para seu amado.

Daqui sentado vejo aquele idoso.
Que traz bombinhas para Dona Amélia.
Sinto-me assim alguém meio invejoso.
Por essa história de amor já tão velha.

Correndo ao longe vejo meu irmão.
Que só apronta pra cima da cunhada.
No fim de ano se explode o coração.
Dizendo a ela que é sua amada.

Meus pais também participam da festa.
Sorrindo sempre até o sol se pôr.
Minha mãe solta um beijo na testa.
Do meu bom pai, seu eterno amor.

O casal mais jovem da vizinhança.
Corre feliz no horizonte.
É lindo ver isso em criança.
Ah, inveja, sinto de monte!

Minhas mãos só têm um sentido.
Ficarem aqui entrelaçadas.
Vendo todos os outros sorrindo.
Estando sempre de mãos dadas.

Sem dar um sorriso de verdade.
Da festa saio de fininho.
Volto para minha realidade.
Que é, de fato, ficar sozinho.


Post #218

Oi. Hoje já é dia 02 de janeiro de 2011. O ano se acabou e todas as pessoas que li na internet esperam que esse ano seja diferente. Eu também. Ou nem tanto... pelo menos em alguns aspectos acho que sim.
Passei dias bem. Sentindo que eu tinha melhorado de alguma coisa que eu tinha, do mal que me apunhalava cujo eu nunca soube o que era, tive dias bons, conheci pessoas legais, estava sorrindo e me sentindo realmente bem. Isso mudou, novamente. Parece idiota, mas eu não me sinto bem agora. Sinto falta de gente pra conversar sobre qualquer coisa. Sempre quis ter essas coisas que, porra, agora que mostrei esse blog pra tanta gente, tô começando a me privar de escrever algumas coisas do mesmo modo que escrevi outrora. Meu diário foi roubado...
Aquelas dúvidas e perguntas caíram sobre a minha cabeça. Fiquei meio perdido, sem saber o que fazer mesmo. Estou sentindo muito calor, um calor desconfortável que está incomodando de verdade. Não sinto vontade de sair daqui, ao mesmo tempo sinto, assim, eu não sei o que faço! É como se eu não soubesse fazer isso parar. Sinto-me alguém imbecil por causa disso. Escrevo isso suando, querendo me punir por tais babaquices. Sei lá...
Deletei o twitter também. Não tava servindo pra muita coisa, talvez eu devesse esperar mais um tempo, só pra ver o que acontecia, mas... a verdade é: não sei porque eu fiz o twitter e não sei porque ainda tenho esse blog.

Feliz ano novo.