segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Desencontro de Primavera

Quero que a felicidade guie teu caminho.
Que nas ruas da tua vida tu encontre amor.
Não hei, nunca, querer o mal pra você
Espero que a paz se faça presente aonde for.

Desejo alegrias pra alguém que já não tenho do lado
Mesmo não sabendo o que se passa pela cabeça dela.
Na noite de hoje não vou sair pra ir ao cinema
Prefiro ficar em casa vendo novela.

Um desencontro que a primavera promove
Com o passar do tempo fico mais gordinho.
Teu velho-novo amor meu coração comove
E aqui no meu canto eu lamento sozinho.

sábado, 27 de setembro de 2014

Comecei a escrever na aula e terminei de escrever ouvindo Noel Rosa em casa

     Chegamos em casa depois de um dia cheio. "Preciso tomar um banho para me lavar da chuva!".  "Tudo bem. O banheiro é por ali", então, eu disse. O trinco da porta do banheiro se fechou. Consegui ouvir do quarto. Enquanto você tomava banho, tirei um colchão da cama para colocar no chão e dormir. "Ela dorme na cama", pensei, "é mais confortável". O chuveiro foi desligado. Cerca de cinco minutos depois você saiu do banheiro. Junto ao seu corpo, eu juro, consegui notar uma brisa de amor sobre sua pele. Eu senti amor, mas não falei nada. Depois disso, enquanto teus pés te levavam até o quarto, meu coração disparou como nunca havia feito. Teu amor me alcançou.

      Você andou até a porta com a toalha enrolada em seu - belo - corpo. "Tu me empresta roupa?", perguntou. Falei que ia pegar um shorts e uma camiseta no outro quarto. Quando voltei, você estava deitada no colchão do chão, onde eu pensava em dormir. "Você fica na cama. É mais confortável", lhe alertei. Cê disse que preferia no chão. Insisti, então tu exclamou: "Então dorme comigo!" e eu congelei. Faltou-me o ar. Várias coisas se passaram pela minha cabeça. "O que um simples abraço quer dizer?", caralho! O que isso tem a ver? Pensei "tô bobo. Tô passada!". "Quero!", eu respondi.

     Pediu para que eu, ainda em pé, apagasse a luz. Eu o fiz. Deitei ao teu lado virado para teu corpo. Você estava virada para a parede, diante disso, te convidei: "Não quer conversar?". "Claro, estou sem sono. Mas não pode acender a luz" e assim foi feito. Conversamos sobre muitas coisas, demos muitas risadas. Falamos sobre filosofia e sobre ex-namoradas. Perguntei "Prefere de luz apagada por quê?", "Posso chorar e ninguém vê". Ao responder, imediatamente peguei sua mão e beijei sua testa. Ainda não acredito que realmente fiz isso.

     Chegamos às 3h47 e a neblina nos dava boa noite. Nós dois depois de conversar, rir e chorar, decidimos dormir. Falei pra você que reparava na bunda de todxs. Você, com sono, perguntou: "E a minha?", eu, tão sem jeito, respondi que era linda. Antes de dormir, pedi para pôr a mão sobre teu corpo e você riu e disse "Achei que nunca fosse dizer isso! Pode, sim", e terminou de dizer com um sorriso. Botei a mão na sua cintura. Escorreguei pelo seu quadril, fui até o joelho e voltei. Subi aos seios e acariciei. Passei na curva da cintura, senti as covinhas das costas e agarrei sua bunda. Nisso, me descuidei e você riu, enquanto me acariciava também, selou aquele momento com um beijo muito molhado. 

     A noite não tinha terminado e você perguntou se eu tinha proteção. Disse meio encabulado que sim, pois havia pego tempos atrás com um brother, mas nunca usei pois o namoro acabou pouco tempo depois. Você, com desejo na saliva da boca, disse que, enfim, iria usar. E a noite seguiu o curso natural. Esse quarto testemunhou o momento em que não fizemos amor, mas, sim, que o amor nos fez. Repetidas vezes. Obrigado, você fez com que esse corpo cansado sentisse a vida novamente.

     

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

vntds x sdds


vontade de cheirar tua nuca
de fazer sexo até cinco da manhã
te acordar com chá de maçã
e te amar como nunca.
beijar teus pés de unha pintada
de ouvir seu gemido com meu nome
de saciar nossa loucura, nossa fome
por uma noite ser tua namorada.

vontade de morder tua curva
passear com os dedos por teu seio
acabar por vez com esse anseio
deixar a visão meio turva.

não se deixar esquecer
que, a nós, o tempo pertence
e à noite somos reféns.
antes do sol amanhecer
perder-se no veneno da serpente
e fazer dos teus os meus bens

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mais uma carta que, ao invés de entregar para quem escrevi, acaba guardada e mofada na minha gaveta

Eu me escondo de você. Escondo muito do que sinto, porque você não merece alguém errado desse jeito. Não falo o que se passa na minha cabeça e finjo que está sempre bem. Se, de vez em quando, eu choro, é porque eu tenho um certo limite. E nesses dias eu me escondo mais ainda pra não te ver chorar, porque sei que gosta de mim. Eu queria conversar mais com as pessoas, porque você diz que conversar é bom. Mas eu não consigo. Eu queria, também, gostar um pouco mais de mim, mas você sabe bem que eu nunca fui bom nisso. E o tempo tá passando. Nosso tempo juntos tá acabando e eu aprendi muita coisa contigo. Eu te amo demais. E o fato de eu não gostar da minha cara, dos meus pensamentos, do formato do meu nariz ou do meu peso não tira o amor que guardo pra ti. Só peço desculpas por não ser alguém exemplar e estar longe de ser alguém que mereça amor também. Você sabe que dentro de mim tudo é escuridão. Mas uma brecha de luz que se abre carrega o teu nome.