domingo, 25 de maio de 2014

Ao invés de estudar para os exames finais estou ouvindo Tame Impala às seis da manhã do domingo

A gente brinca dizendo que quer morrer
Sem saber que você morre todo dia.
Isso afeta seja o bebê do presidente
Ou seja aquele mais antigo boia fria.

Cê sai de casa morrendo de sono
Cheio de sono cê cruza as ruas e vielas.
Cê trampa a manhã toda e morre de fome
No almoço se entope de batata e costelas.

Escolhi morrer de uma forma bem comum
E que tantas pessoas já sabem dessa dor.
Optei por viver com outra pessoa
Para poder morrer de amor.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Desprezaste esta lei de Augusto Comte e foste ser feliz longe de mim

Por Deus, que sentimento é esse? Sinto vontade de quebrar minhas mãos de tanto esmurrar minhas paredes. Quero partir meu pescoço em dois e sentir minhas veias do corpo desconexas e desconsertadas a jorrar sangue por todos os lados. Não sei nem como me portar diante de um sentimento desses e não sei, muito menos, qualificar ou nomear essa porra.
Sua imagem sorrindo, linda e sexy não sai da minha cabeça e isso tem me deixado louco. Não consigo me concentrar no Hegel nem no Comte e tudo o que eu queria agora era o glamour e desespero do coma. Sei que pode soar como pecado, mas, vou fazer o quê? É o que eu sinto. Só eu sei do meu corpo e da minha dor.
O som do Explosions in the sky, que costumava confortar minha presença e servir de calmante também me alucina. Quero sair do meu quarto e correr quilômetros até te encontrar e te beijar por mais uma vez. Quero ajuda mas, no fundo, não sei se quero. Às vezes penso que me sentir assim, perdido como estou, seja meu desfecho. Meu celular toca e eu não quero atender, os amigos chamam para um vinho e eu não quero atender, mensagens chegam ao WhatsApp e eu não quero ler. Quero me concentrar nessas merdas de texto para ir bem na prova de sexta, mas esse sentimento cinzento não sai do meu céu. A mocinha sempre mexe com a cabeça do rapaz, e isso é o que tá rolando comigo. Vai ver eu só precise conhecer gente nova. Em paradoxo, não quero sair de casa nunca mais e eu cansei de conhecer as pessoas somente através do que elas me escrevem nos chats.
Que tremenda peleja. A cada dia, viver como vivo é uma aventura nova. Não sei como vou acordar amanhã e nem como estarei daqui dez minutos. Só queria que você parasse de ser tão linda e que parasse de vir visitar minha cabeça. Na parede da memória, o seu retrato é o quadro que dói mais.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Morango

Grito e suplico por ajuda
Mas ninguém aparece pra me salvar.
Tenho de cortar minha coxa carnuda
Para que tenha do que me alimentar.

A cena aqui dentro é horrorosa
As baratas comem meus restos mortais.
Sou uma pessoa muito medrosa
E agora tenho de viver igual aos animais.

Da minha fruta favorita
Não tô comendo nem o caroço.
A vida é uma coisa muito estreita
Nos confins deste calabouço.