segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Menina

Tenho me sentido como pescador com sereia.
Onde há um lindo canto que agora me fascina.
Só que ao invés de canto, isso é o rosto.
Daquela bela e, ainda jovem, menina.

Nunca terei a façanha de chegar perto.
Porque isso ela nem imagina.
E pensar que o que separa eu dela.
É pouca coisa, é uma esquina.

Se eu pudesse dizer estar viciado.
Chamaria-te de heroína.
Porque, de certa forma, és viciante.
Com esse teu rosto de menina.

Segurar tua mão agora é o desejo.
Tua mão fria que é quente de cafeína.
Do teu cabelo eu tenho saudade.
Minha doce e bela menina.

Queria ter o dom da voz.
Que a boca ostenta sempre.
Pra poder abraçar o teu braço.
Pra poder deitar em teu ventre.

Queria que pudesses ouvir.
O meu suspiro dizer que te ama.
Porque é lendo esse meu rosto.
Que percebes como te chama.

Nunca nos vimos, de fato.
Mas tu serás a minha sina.
Porque nunca vi igual a tu.
Algo tão lindo, menina!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Garoa de maçã

A parte legal foi eu comer uma maçã enquanto voltava pra casa.
Eu também tomei garoa na volta enquanto ouvia música.
Aquilo tava lindo porque não tava tão quente e tinha maçã e música.
Mas na altura que eu tava tomando a garoa já não tinha maçã.

O gosto ficou na boca enquanto eu voltava, o de maçã, não de garoa.
A garoa eu sentia o gosto porque caía forte no meu rosto.
Se eu juntasse música com maçã e garoa na mesma hora ali.
A minha vida poderia ter acabado porque eu morreria feliz.

Toda vez que eu mordia a maçã saía um caldinho que se confundia com um suco.
Talvez fosse uma chuva de suquinho de maçã que saía dali de dentro.
Agora, ocorreu-me que, se o mundo fosse uma grande maçã vermelha.
Toda vez que chovesse, ia chover suquinho de maçã.
Tipo a maçã que eu comia enquanto voltava ouvindo música na garoa.

Se isso se tornasse real um dia, o mundo deixaria de ser ruim.
Acabaria se transformando em algo bom e saudável - uma maçã.
As pessoas sairiam todas de casa para se molharem quando chovesse.
E voltariam cheirosinhas comendo maçã enquanto ouviam música.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Vazio corroi, sufoca e desanima

Quando acontece muita coisa errada seguidamente na minha vida, eu logo penso em correr para os braços da menina que me ama (que é quem eu amo também), só que ela costuma não aparecer (ou existir). Essa vontade vem porque é uma forma de eu me sentir seguro e confortável, de entender que nem sempre as coisas ocorrem como eu queria. É uma forma de eu perceber que depois de tanto lixo jogado na minha cabeça, terá sempre alguém pra me abraçar e dizer, novamente, que tudo vai ficar bem. Escrevendo isso, fico parecendo muito ingrato aos amigos que tenho, que também estão acostumados e me levantar do chão quando recebo um golpe forte. O que acontece é que eu também sinto falta de uma pessoa para quem eu possa fazer todas as outras coisas que tenho em mente ou escritas em papel. Serei eternamente grato ao amigos, mas há coisas que eles não podem fazer. Se me sinto muito sozinho às vezes, não é por falta de amigo, é por falta da outra metade.