segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Post #254.

É uma casa normal a que vivo. Tão vazia mas lotada de pessoas na maior parte do tempo. Pessoas que fizeram parte de mim em momentos diversos de minha vida e que hoje já não sabem quem sou.
É tanto braço me envolvendo que chega a me dar calor, vozes que se repetem e falam coisas agradáveis quando preciso. Talvez todas essas pessoas que me aquecem só falem isso para que as acolham, porque, por mais que estejam vivas e sorridentes por essa cidade, já não se lembram de meu rosto ou nome. Então tudo que me sobra são promessas eternas que não foram cumpridas.
Estou certo de que falar com tais vozes seja o correto mesmo sabendo que são falsas e dolorosas. Se eu acabar por abandoná-las, morrerei sozinho, restando-me somente minha saudade de um dia ter sido amado. Ainda guardo fotos em memória de nossos nomes juntos no papel. Tenho certeza que vocês, vozes, não me deixarão, pois sou eu quem as ordeno. Se um dia fizer isso, quando menos esperar, estarei morto. Sem minhas vozes, sem meu calor e sem minha saudade.

sábado, 27 de agosto de 2011

Post #253

A casa vazia me grita que a solidão chegou.
Seu rosto distante me avisa que não estou bem.
Sentado num quarto bebo o que me sobrou.
De quando dessa saudade ainda não era refém.

Sua risada ainda ecoa alto dentro de mim.
Cada momento contigo ainda ferve minha cabeça.
Tentei te esquecer e nisso tudo dar um fim.
Mas as lágrimas que ficam não deixam que te esqueça.

Você foi, talvez, o que de mais bonito me ocorreu.
A vida que é uma bosta e sempre leva o que amo.
Triste dizer que nosso laço forte se rompeu.
Mais triste ainda é ver que seu nome ainda chamo.

Seu fantasma ronda belo e fúnebre por aqui.
Às vezes me pega e me amarra com nosso laço.
Mesmo assim não consigo me esquecer de ti.
E ainda chorando este lindo fantasma abraço.

Post #252

E agora, quando volto ao normal, sinto-me meio idiota.

Post agonizado.

Estou me sentindo feio.
Estou me sentindo gordo.
Estou me sentindo sozinho.

Meu cabelo não serve pra mim.
Meus olhos cansados não servem pra mim.
Minhas unhas roídas não servem pra mim.

Perco fácil o controle de mim mesmo.
Xingo e grito quando eu não posso.
Tudo o que eu queria era ser diferente.

Não queria estar aqui agora.
Queria estar em outro lugar, cercado de pessoas legais, que fizessem eu me sentir diferente.
Eu queria ser diferente nem que fosse só por este instante.

Vendo assim, sendo assim, de nada valem as pulsadas.
Nada valem as lágrimas, nada valem os berros.
Isso só machuca a quem gosto, isso só me mata mais devagar.

Eu quero mudar um pouco, ser menos eu.
Queria não ficar só escondido, queria ter a chance de brilhar.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

Sessão I - M.

Sem algum sono me ponho a levantar.
Enquanto ando o corredor, descubro.
Nessa calçada me ponho a sentar.
Lembrando das lindezas de um outubro.

De repente, começo a lembrar.
Do seu sorriso que me cativava.
De repente, me ponho a chorar.
Lembrando que você lá não estava.

Sentados na grama fomos desenhar.
Uma voz ao fundo a gente ouviu.
Era sua mãe gritando a lhe chamar.
E uma pontada meu coração sentiu.

Daí pra frente quando eu te olhava.
O seu olhar, rapidamente, sumia.
Era tão novo, não sabia que te amava.
E que sentimento algum aqui havia.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Post #251

O anjo já não voa tão alto.
A boca já não grita tão forte.
Ninguém se importa mais.
Com a profundidade do corte.

O olho já não tem olhar fixo.
E a língua já não é usada.
Perdi-me em seus braços.
Bastou-me só uma olhada.

A mão já não afaga tanto.
E o anjo não voa tão alto.
Quebrei o coração outra vez.
Nem precisei dar um salto.

A lágrima não corre mais o rosto.
E a agonia não habita mais meu peito.
E com todo esse tempo passando.
Percebi que não tenho jeito.

As memórias não ardem como antes.
Agora só quando têm vontade.
Ainda lembro de quando te amei.
Talvez fosse minha única verdade.

Hoje danço com flores distantes.
Onde nada pode me deter.
O nariz já não sabe respirar.
E o coração já não sabe bater.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Post #250

Porra, fazia tempo que eu não escrevia qualquer merda assim só pra matar as horas. São 03h16 e eu deveria ter saído há um tempo. Não sei se as pessoas que liam este blog ainda o fazem, se sim, peço perdão. Eu queria dizer que este blog ainda é a maneira mais fácil que conheço para dizer tudo o que sinto. Dia desses pensei realmente em fazer um livro com o conteúdo que tem dele, de um menino tímido para multidões que gostem ou desgostem do que ele escreve. Pensei em fazê-lo anonimamente, pra não perder o costume que tinha em 2009. Mas aí eu caí na real e pensei "Pô, olha pra mim, né?". Um cara com meia aula de português que mal leu um livro na vida, achando que sabe fazer rimas, quando todas elas são fáceis demais e sem graça demais.

Ah, não perco o dom da auto-depreciação. Amo você, minha vida miserável!

Post #249

Quando alguém me faz uma pergunta.
Sempre enxergo-a com maldade.
Do abraço eu ainda me lembro.
Porém do beijo eu sinto saudade.

Tenho muita preguiça do que sou.
Mesmo assim me ponho a andar.
Estranho é isso que penso sempre.
Então canso e me vou a sentar.

Recuso agora o seu carinho.
E espero que não me leve a mal.
Mas fico vulnerável desse jeito.
E ainda me sinto um animal.

Prometi a mim mesmo agora.
Que não amo mais à distância.
Porque se quero ser mesmo feliz.
É de total discrepância.

Ainda tens muito para viver.
E saberá como sofri outrora.
Então vamos deixar por assim.
Porque pra ti não demora.

Um dia, bem perto, vai se apaixonar.
Claro que não posso ditar por quem.
Enquanto este dia aí não chega.
Vou-me indo. Passar muito bem.

Post #248

Estava eu cá, sentadinho sem pensar em nada, até que me surge sua imagem na minha cabeça.
Dentro dela acabo criando uma vida toda para nós dois em menos de um minuto.
O momento em que sinto mais culpa por ser apenas uma memória foi quando nós andávamos pela rua de sua casa, até que começa a chover e você me diz "Corra, vamos para a casa de minha mãe!" e tudo o que eu fiz foi te deixar ficar (fodida da cara) comigo ali mesmo, se molhando, de mãos dadas que às vezes se transformavam em abraços. E você solta um "Filho da puta" e me ri como se eu fosse a coisa mais fofa que você já tivesse encontrado. No desenrolar da história você fica gripada e eu te visito.
Fico gripado por ter estado junto de você.
Você me infectou. E até aquele momento, foi a gripe mais legal que já peguei na vida.
Aí eu acordei sem te dar tchau.