segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Post #254.

É uma casa normal a que vivo. Tão vazia mas lotada de pessoas na maior parte do tempo. Pessoas que fizeram parte de mim em momentos diversos de minha vida e que hoje já não sabem quem sou.
É tanto braço me envolvendo que chega a me dar calor, vozes que se repetem e falam coisas agradáveis quando preciso. Talvez todas essas pessoas que me aquecem só falem isso para que as acolham, porque, por mais que estejam vivas e sorridentes por essa cidade, já não se lembram de meu rosto ou nome. Então tudo que me sobra são promessas eternas que não foram cumpridas.
Estou certo de que falar com tais vozes seja o correto mesmo sabendo que são falsas e dolorosas. Se eu acabar por abandoná-las, morrerei sozinho, restando-me somente minha saudade de um dia ter sido amado. Ainda guardo fotos em memória de nossos nomes juntos no papel. Tenho certeza que vocês, vozes, não me deixarão, pois sou eu quem as ordeno. Se um dia fizer isso, quando menos esperar, estarei morto. Sem minhas vozes, sem meu calor e sem minha saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário