segunda-feira, 26 de março de 2012

Empty days

Sinto-me cansado de dias vazios.
Afinal, isso é tudo o que vivo.

Queria sentir coisas diferentes.
E fazer algo que eu realmente goste.
Mas não posso.
Pois há vozes que falam mais alto.

Alguma coisa deveria ser feita.
Mas quando eu me sinto livre.
Tudo o que quero é morrer por um tempo.
Depois acordar como se nada tivesse acontecido.
Como se o ato de abrir o olhos fosse um recomeço.

Mas eu também não consigo fazê-lo.
Parece que tudo é pesado.
Que tudo me prende.
Que nada está certo ou que nada rende.

É tudo um emaranhado de lixo.
O que há de pior sempre vai em minhas costas.
E eu odeio demais o jeito como eu vivo.

Queria me sentir leve ou fechar os olhos com intensidade.
Com uma tal intensidade. Uma certa intensidade.
Que me mostrasse, enfim, que o que estou fazendo
é o certo para mim e o que eu deveria estar fazendo.

sábado, 24 de março de 2012

Sossego

Não importa o que eu faça.
Nem a folga do emprego.
Eu preciso é de férias de mim.
Para ter mesmo sossego.

terça-feira, 20 de março de 2012

Lost verses

É estanho como outro par de braços.
Muda toda a nossa postura.
Parece que até sair da cama.
Se transforma numa'ventura.

É estranho como outra boca.
Muda nosso gosto por poder.
Parece que até sair da cama.
Nos dá vontade de morder.

É estranho como outro par de pés.
Muda todo o nosso caminho.
Parece que até o carteiro na porta.
Sorri pra nós com carinho.

É estranho como outras duas mãos.
Mudam nosso jeito de estar.
Parece que quando pegamos nela uma vez.
Nunca mais queremos soltar.

É estranho como o abraço doutra pessoa.
Muda toda a temperatura.
Parece que cada noite dentro de casa.
Se transforma numa'ventura.

sábado, 17 de março de 2012

O escuro que ficou claro

E, de repente, tudo resolveu mudar.
Acordei num sábado quente disposto.
Os pedaços do coração de aço resolvi soldar.
E toda a desconfiança trocou de posto.

Saí perambulando pelas calles da cidade.
E, por sorte, o cabelo dela é o que vejo.
Mesmo a gente não tendo a mesma idade.
De repente, nela, eu dei um beijo!

Ela não entendeu bem o que foi aquilo.
E como tive coragem para tê-lo feito.
Eu, por minha vez, fiquei esperando tranquilo.
Ela dizer que o coração bateu forte no peito.

Depois de tal surpresa, resolvemos passear.
Pelas praças, pelos bosques e até num prédio.
De repente, em meu ouvido, começou a sussurrar:
"- Gordinho, tu és meu melhor remédio!"

Gostei bastante deste dia todinho.
Até de nossas vozes perderem o tom.
Batemo-nos no rosto um do outros.
Impresso ficou a marca do batom.

O claro que ficou escuro

Que doença é essa que a gente tem?
Que raiva é essa que dá no ser humano?
Garanto que a resposta nunca vem,
Mas que é mais leve do que pedaço de pano.

Nada do que a gente vive precisa ser pesado.
O lugar em que vivemos não precisa ser escuro.
Às vezes nós devemos esquecer do passado.
E dar atenção somente ao futuro.

Como se isso fizesse alguma diferença.
Sendo dito por alguém como eu.
Um mané que no passado ainda pensa.
E ainda gosta de quem o esqueceu.

Não me venham com tanta frase de efeito.
E nem com juras de que a vida melhorará.
Porque todo castelo que ergo tem um defeito.
E quando padecer novamente, desmoronará.

Portanto, guarde seu discurso de bom moço.
E deixe o lado de cá escurecer.
Porque de uma vida boa só ficou o caroço.
E eu só me interesso por morrer.

terça-feira, 13 de março de 2012

Downers

A menina tentou o seu melhor.
E para ela o boyzinho nem olhou.
Ela, então, subiu ao banquinho do banheiro.
E ali mesmo ela se matou (será?)

Antes do banquinho fazer barulho no chão.
O boyzinho ligou para o seu celular.
Ela pegou ele na mão e não gostou do que viu.
Tentou, novamente, ali mesmo, se matar.

Quando estava pronta para o adeus.
Sua mãe bate na porta dizendo:
"Julia, tem um boyzinho aqui na porta de casa"
Ela não acreditou, mas foi correndo.

Quando viu quem era o boyzinho.
Desabou dos olhos um rio de choro.
Agonizava em segredo a menina.
E na cabeça queria dar o estouro.

O boyzinho se desculpou e tentou explicar.
Porque fez Julia chorar tanto.
Ela já não queria mais saber de nada.
Já, que dela, só se ouvia o pranto.

Nem o boyzinho e nem sua mãe.
Deixaram ela cometer esse erro.
Disseram quase que na mesma hora:
"Eu odiaria ter de ver seu enterro".

Julia, então, limpou as lágrimas.
E decidiu ser feliz, enfim.
Disse convicta diante do espelho:
"Só vou gostar de quem gosta de mim"

Resolveu dar chance ao pequeno Gabriel.
Que anos atrás se declarara para a menina.
Foi andando devagar ao lar do garoto.
Que morava na casa da esquina.

Chegando lá, a mãe do menino estava tensa.
E contou à Julia o que havia acontecido.
Ambas, então, se derrubaram no choro.
Ao lembrar que ele não fora socorrido.

Os pais acharam o menino em seu quarto.
Coberto de sangue e de caneta na mão.
Na letra bonita que o menino tinha.
Continha todo o sofrimento do coração.

No papel branco manchado de vermelho.
O menino contou do seu sofrimento.
Eram poucas as linhas que tinha azul de tinta.
Mas eram fortes como o cimento.

"Mostrem meu coração à Julia.
O mesmo coração que ela tanto recusou.
Não a desejo nenhum tipo de mal.
E nem a blusa que ela nunca usou.

Ela um dia verá como é ruim ser rejeitado.
Pela pessoa por quem daria a vida.
Espero que ela veja o que fez.
Agora que peguei o caminho de ida.

Mamãe, não deixe que Julia sofra.
Na mão daquele boyzinho covarde.
Apenas mostre esta carta a ela.
Para saber quem a amava de verdade."

Uppers

Toda coisa em minha vista está parada.
E pra melhorar não uso nenhum artifício.
Machuca, como se fosse uma pedrada.
E a vida tem sido um total desperdício.

Da minha mãe eu levei uma facada.
Quando o presidente fazia o comício.
Vivi metade duma vida toda errada.
Sem ter, da alegria, o indício.

terça-feira, 6 de março de 2012

Nada mudou, nada muda.

Destroi por dentro essa falta de comunicação.
E já não sei qual é o jeito certo de me comportar.
Mesmo depois de toda essa correria no coração.
Tornarei a ficar quieto e fingir não me importar.

Vivo muito ruim tal qual um cachorro sem ração.
Chega a ser irritante como gosto dessa dor portar.
Não fui feito para viver num meio cheio de ação.
E todo o peso dessa menina já não posso suportar.

Mas o que acontece mesmo é a mesma reação.
Você nem vai me perceber e com outro vai estar...

... Acabou a rima. É isso mesmo. Apenas isso.

De você, Baixinha.

Eu tenho tanta saudades de conversar com você. Isso não tem porquê. É só saudade. Da sua voz, do seu cheiro e cabelo. Do jeito enrolado de falar algumas coisas, de como ficava sem graça quando dizia meu nome. De como me perguntava se tal palavra existia ou a pronúncia estava certa. Saudade de como você insistia em me corrigir mesmo a errada ser você.

Saudade de conversar baixinho no escuro. De escutar música baixinho.

Saudades de você, Baixinha!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Funny how she looked pretty that night

Vocês sabem como é se sentir deixado de lado?
Desse jeito parece que só me importa o meu umbigo.
Mas eu sinto tanto que deixo todo mundo cansado.
E que ninguém mais quer conversar comigo.

Vocês sabem como é sentir um frio tenso?
É o frio de quando você percebe que está sozinho.
Rodeado de pessoas eu ainda me penso:
Será que é assim mesmo ou vou achar um amorzinho?

Vocês sabem como é chorar a madrugada toda?
Repetir às paredes que você não vale nada.
Eu deveria repetir e dizer pra que se foda.
Mas era como se minha cabeça estivesse sendo amassada.

Vocês não sabem como eu me sinto desse jeito.
Estando sempre rodeado de muita gente.
É algo secreto que nunca sairá do meu peito.
Mas que se saísse me deixaria muito contente.

Volto a dizer que eu me odeio de vez em quando.
Mas os dias de novembro, nada de mal têm.
Pelo dia que serei feliz eu fico aguardando.
E percebo que odeio ser eu nuns dias de março, também.