terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Gosto

As pessoas não sabem nada sobre os conselhos que dão. Eu quero viver o efêmero quando tiver a oportunidade. Quero poder não comer carne e mesmo assim ser convidado prum churrasco. Gosto de me molhar na chuva, isso não dá gripe, isso dá liberdade. Gosto das dores na perna após uma partida de futebol. Gosto do salgado no corpo que a água do mar deixa, mesmo que ela esteja nojenta por causa das pessoas da praia. Gosto de como meus dentes doem quando como ou bebo algo muito gelado. Gosto de ver homens de mãos dadas. Gosto de ver mulheres de mãos dadas. Gosto de ouvir Belchior e de ouvir Infest. Gosto de usar shorts no frio e de usar tênis sem meia. Eu gosto de vocês todos mesmo que nem todos me gostem... Eu só gosto.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Fim-de-ano.

Ano se acabando é sempre uma lástima. É hora de pensar nas coisas boas que fiz e nas ruins que poderei melhorar. Coisa que é sempre meio inútil, porque nunca melhoro em nada. Acho que só tô abrindo esse post pra dizer às pessoas uma coisa: nunca vou me esquecer de vocês. Amigos e amigas de um passado recente que hoje já não gostam de olhar para minha cara, eu queria dizer que sempre vou lembrar de vocês com carinho e que entendo a decisão que tomaram. Eu entendo. Eu sempre estrago tudo mesmo. Boas festas!

Fatal

A noite que era pra ser alegre tinha o céu negro com pequenas gotas de água que de lá caíam. Na teoria era a noite do amor e da compaixão para com o próximo. Todas as pessoas costumavam se abraçar e trocar sorrisos umas com as outras. A exceção era Davi. O menino alto de dezoito anos de idade que não via sentido naquela noite, em especial.

Davi sentia dentro de si um enorme vazio que o deixava louco. Não fazia ideia de qual peça na vida poderia completar este espaço que ali dentro estava vago. Era um garoto cheio de dúvidas e muita coisa que presenciara até aquele momento, o sufocava de tal forma que Davi padecia, e padecia, e padecia...

As nuvens que fechavam a noite daquele 25 de dezembro pareciam convidar Davi para uma dança sublime onde todo o vazio seria preenchido. Davi sem ter muitas opções resolveu pegar na mão e subir ao céu para dançar uma valsa, um tango, ou qualquer coisa que o tirasse daquele castigo que era viver.

Davi já não reclama mais da vida e nunca saberá qual era o pedaço que faltava. Se era o coração, os olhos, a mão ou o pé. Tudo o que Davi sabia, era que em vida não se sentia bem e, agora, longe de todo seu passado, Davi queria viver para sempre... mesmo sabendo que já não mais vivia.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

10h55

Há dias em que nada mesmo se resolve, tudo parece longe do comum, todos o cumprimentam com raiva e tudo o que se quer fazer, é se apagar. São em dias assim que paro pra pensar e percebo que o homem não é lá tão diferente duma formiga. A formiga que se borra toda por estar trancada num box de banheiro tentando manter-se viva enquanto lá chove e as gotas caem muito violentas no chão.
O ser humano é o nada. É a peste. É a formiga que rapidamente se prolifera. O mundo, assim sendo, é um grande formigueiro lotado de formigas imbecís.

domingo, 11 de dezembro de 2011

a Letter

Não preciso de muita linha para explicar como faz falta.
Isso não é difícil de entender, mas sim de pôr pra fora.
Sem seu cheiro aqui me sinto incompleto com a tristeza em pauta.
Parece que o momento de partir chegou mais rápido agora.

Você poderia voltar do infinito e me beijar pela última vez.
Não aguento mais o silêncio que faz nessa casa maldita.
Com o resto das forças que tenho nesse corpo em palidez.
Deixo no chão de meu quarto, à quem for, esta carta escrita.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Post #270

Foi andando até a estação.
Levando ao lado apenas seu Medo.
Não aguentava mais tanto peso.
Por essa razão chegou lá cedo.

Para um lado foi sem dizer nada.
Caminhou, o Medo, para o lado inverso.
Entre os dois não houve despedida.
E nem a palavra doce no verso.

O Medo pegou o trem para seu 'Vale'.
Enquanto o outro entrou no 'Solidão'.
Agora ele vive sorrindo por aí.
Longe de toda e qualquer escuridão.

As coisas que intalavam na sua garganta.
Hoje lhe saem muito normalmente.
Corre com o vento e até consegue voar.
Vive feliz com o Medo ausente.

Numa rua longe de onde ele morava.
Encontrou uma menina encantadora.
Que lhe pediu um tanto de ajuda.
Para ser, também, voadora.

Disse que à ela o Medo não dava folga.
Ele, então, disse para deixá-lo partir.
Sem ter muita certeza daquela sugestão.
Foi à estação sem receio de se ferir.

Lá mandou o Medo para o Vale.
Mas ela não foi ao Solidão.
Ficou agora com aquele moço.
Que virou dono de seu coração.

Os Medos deles também se encontraram.
Vivem juntos pensando no futuro e no atual.
Planejando o nome do filho que terão.
Que amedrontará o filho daquele casal.