sábado, 24 de dezembro de 2011

Fatal

A noite que era pra ser alegre tinha o céu negro com pequenas gotas de água que de lá caíam. Na teoria era a noite do amor e da compaixão para com o próximo. Todas as pessoas costumavam se abraçar e trocar sorrisos umas com as outras. A exceção era Davi. O menino alto de dezoito anos de idade que não via sentido naquela noite, em especial.

Davi sentia dentro de si um enorme vazio que o deixava louco. Não fazia ideia de qual peça na vida poderia completar este espaço que ali dentro estava vago. Era um garoto cheio de dúvidas e muita coisa que presenciara até aquele momento, o sufocava de tal forma que Davi padecia, e padecia, e padecia...

As nuvens que fechavam a noite daquele 25 de dezembro pareciam convidar Davi para uma dança sublime onde todo o vazio seria preenchido. Davi sem ter muitas opções resolveu pegar na mão e subir ao céu para dançar uma valsa, um tango, ou qualquer coisa que o tirasse daquele castigo que era viver.

Davi já não reclama mais da vida e nunca saberá qual era o pedaço que faltava. Se era o coração, os olhos, a mão ou o pé. Tudo o que Davi sabia, era que em vida não se sentia bem e, agora, longe de todo seu passado, Davi queria viver para sempre... mesmo sabendo que já não mais vivia.

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