sábado, 27 de setembro de 2014

Comecei a escrever na aula e terminei de escrever ouvindo Noel Rosa em casa

     Chegamos em casa depois de um dia cheio. "Preciso tomar um banho para me lavar da chuva!".  "Tudo bem. O banheiro é por ali", então, eu disse. O trinco da porta do banheiro se fechou. Consegui ouvir do quarto. Enquanto você tomava banho, tirei um colchão da cama para colocar no chão e dormir. "Ela dorme na cama", pensei, "é mais confortável". O chuveiro foi desligado. Cerca de cinco minutos depois você saiu do banheiro. Junto ao seu corpo, eu juro, consegui notar uma brisa de amor sobre sua pele. Eu senti amor, mas não falei nada. Depois disso, enquanto teus pés te levavam até o quarto, meu coração disparou como nunca havia feito. Teu amor me alcançou.

      Você andou até a porta com a toalha enrolada em seu - belo - corpo. "Tu me empresta roupa?", perguntou. Falei que ia pegar um shorts e uma camiseta no outro quarto. Quando voltei, você estava deitada no colchão do chão, onde eu pensava em dormir. "Você fica na cama. É mais confortável", lhe alertei. Cê disse que preferia no chão. Insisti, então tu exclamou: "Então dorme comigo!" e eu congelei. Faltou-me o ar. Várias coisas se passaram pela minha cabeça. "O que um simples abraço quer dizer?", caralho! O que isso tem a ver? Pensei "tô bobo. Tô passada!". "Quero!", eu respondi.

     Pediu para que eu, ainda em pé, apagasse a luz. Eu o fiz. Deitei ao teu lado virado para teu corpo. Você estava virada para a parede, diante disso, te convidei: "Não quer conversar?". "Claro, estou sem sono. Mas não pode acender a luz" e assim foi feito. Conversamos sobre muitas coisas, demos muitas risadas. Falamos sobre filosofia e sobre ex-namoradas. Perguntei "Prefere de luz apagada por quê?", "Posso chorar e ninguém vê". Ao responder, imediatamente peguei sua mão e beijei sua testa. Ainda não acredito que realmente fiz isso.

     Chegamos às 3h47 e a neblina nos dava boa noite. Nós dois depois de conversar, rir e chorar, decidimos dormir. Falei pra você que reparava na bunda de todxs. Você, com sono, perguntou: "E a minha?", eu, tão sem jeito, respondi que era linda. Antes de dormir, pedi para pôr a mão sobre teu corpo e você riu e disse "Achei que nunca fosse dizer isso! Pode, sim", e terminou de dizer com um sorriso. Botei a mão na sua cintura. Escorreguei pelo seu quadril, fui até o joelho e voltei. Subi aos seios e acariciei. Passei na curva da cintura, senti as covinhas das costas e agarrei sua bunda. Nisso, me descuidei e você riu, enquanto me acariciava também, selou aquele momento com um beijo muito molhado. 

     A noite não tinha terminado e você perguntou se eu tinha proteção. Disse meio encabulado que sim, pois havia pego tempos atrás com um brother, mas nunca usei pois o namoro acabou pouco tempo depois. Você, com desejo na saliva da boca, disse que, enfim, iria usar. E a noite seguiu o curso natural. Esse quarto testemunhou o momento em que não fizemos amor, mas, sim, que o amor nos fez. Repetidas vezes. Obrigado, você fez com que esse corpo cansado sentisse a vida novamente.

     

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