quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Post relâmpago.

E então disse a mãe ao filho desesperado:

— Filho, não fique assim, existe outro milhar de pessoas que gosta de você!
— Isso não me interessa já que a única pessoa que eu desejo que gostasse de mim não faz nem ideia de que existo. Para ela, sou apenas outro cão viralatas que rasteja por comida na porta de um açougue. Se ela ao menos soubesse o quão rápido bate meu coração quando a vejo desfilar às escadas do colégio, mamãe, garanto que toda essa minha agonia daria um tempo de aporrinhar minha cabeça. Eu deveria sair e falar com ela sobre tais sentimentos que moram em meu peito, mas a senhora, dona de minha vida, mais do que ninguém sabe que não sirvo para isso. Gostaria de ser diferente, mamãe.

A mãe já desolada e triste por ver seu filho naquele estado, soluçando o choro, disse-lhe:

— Mas meu filho, tu não deves se dar ao luxo de sofrer por alguém que não sabe nem a cor do teu olho. Largue mão de ser bobo e fuja para longe da escuridão dessa moça. Sabe que isso só te fazer sofrer. Tem que parar com isso o quanto antes para que não se afogue mais ainda nesse mar de solidão.

Do menino nada se ouviu desde que fechou seus olhos depois do banho.


Nenhum comentário:

Postar um comentário