sábado, 23 de julho de 2011

Post #245

Dia desses eu tava pensando sobre mim. Era madrugada, sei lá que horas, e eu tava pensando o que seria da minha vida. Vendo TV descobri que não queria ser mais uma pessoa normal, onde eu tenha que lamber o saco do meu chefe para conseguir uma promoção, tendo que, num futuro próximo, mostrar isso para meus familiares chatos num churrasco sem graça de domingo. Onde todo mundo vem à minha casa no bairro de classe média só para comer de graça e beber dos meus drinks importados que me fodi tanto pra conseguir. Não. Eu quero ser diferente disso. Quero ser algo que eu queira, talvez alguma coisa que eu tenha sonhado desde pequeno. Mas quando isso não existe, o que resta para mim? Não tive a chance de sonhar no que ser quando fosse grande. Não tive a chance de ser uma criança normal, paranoias inconsequentes sempre estiveram à minha volta. Sempre pensando longe, achando que conspiravam contra mim, que minha mãe iria me largar a qualquer momento. Tanto tempo perdido pensando nessas coisas, fizeram com que eu esquecesse do meu bem. Hoje, sou só outro velho barrigudo que come e peida na sala, vive sozinho e acha que sua vida não foi bem aproveitada. Maldito eu, o cara que Deus esqueceu.

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