quinta-feira, 24 de junho de 2010

Post #156 (#152 Pt. V)

A semana começava mais uma vez, tão normal e pacata quanto as outras se não fosse por uma coisa: eu estava feliz. Não sabia que gostar de alguém - sim, eu gostava de Bárbara - causava tanto impacto assim em alguém. Claro, o "gostar" que eu digo não era aquele da minha adolescência, que eu escondia de todo mundo e ficava triste por qualquer coisa, esse gostar era como um triunfo, uma vitória. Acho que era por achar que ela também gostava de mim. Eu saí de casa tão alegre, cumprimentava todas as pessoas que via na rua, me senti a pessoa mais simpática do mundo... E tudo isso por causa de uma pessoa.
Eu desenhava para um jornal da cidade, coisa que Bárbara até então não sabia, mas os Glenn que vinha assinado nos quadrinhos era eu. Quadrinhos que, ela adorava e sempre gostava dos desenhos "bem feitinhos". Eu saía cedo do meu trabalho, por volta das 15:00h todos os dias, dava tempo de sair, ir para casa e depois ir ao sebo em que Bárbara trabalhava. Resolvi começar a fazer isso. No caminho, comprei-lhe um chocolate por agrado. Não queria mudar com ela ou acabar fazendo alguma coisa que lhe causasse, não que palavra usar, mas que não fizesse ela desgostar de mim, entendem? Eu pensava em fazer todas as suas vontades.
Cheguei ao sebo e logo a vi. Meus olhos cresceram rapidamente e meu coração - novamente - ascendeu à boca. Fui até ela, agora, já com menos vergonha do que na primeira vez:

- Olá. Lembra de mim?
- Glenn! Que ótimo te ver por aqui.
- Saí do trabalho agora e resolvi dar uma passada para ver como você estava. Acabei ficando sem seu telefone para falar com você e ver como tem passado desde sábado.
- Ficamos combinados assim: eu te ligo logo quando chegar em casa e te passo meu número para me ligar quando quiser. Aquele sábado foi a melhor noite de minha vida, nunca havia estado com um cara tão legal quanto você e eu só tenho a te agradecer. Agora... Finja que está procurando algum livro ou disco que eu estou no meio do trabalho, seu bobo!
- É sério? - comovido - você realmente gostou da minha companhia? Bárbara, eu queria te dizer que você é a coisa mais extraordinária que já me aconteceu. Eu sei, é meio meloso e besta, mas é verdade.
- Óun, Glenn - brilhavam os olhos - você é um amor de pessoa, mas eu preciso voltar ao meu trabalho.

Parei de encher-lhe logo depois disso. Perguntei aonde estavam as HQ's e saí como quem não conhecia ela. Ao chegar à porta, piscou-me um de seus olhos castanhos e me acenou a mão. Aquilo foi lindo.

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