quarta-feira, 23 de junho de 2010

Post #155 (#152 Pt. IV)

Enquanto eu voltava para minha casa, esperando um novo domingo tediante chegar, eu parecia que estava nas nuvens. Estava me sentindo a pessoa mais feliz do universo, não havia motivos para eu pôr novamente uma máscara triste nesse meu rosto barbado. Cheguei em casa e dormi feito uma criança.
Mais um domingo bateu à minha porta e novamente eu fiquei fazendo o que eu faço todos os domingos - nada. Isso não me preocupa mais. Quando eu tinha dezessete anos, era o fim do mundo para mim. Passava o dia todo na internet, mas sempre tinha alguma coisa para fazer. Eu era desanimado com a vida e ficar em casa no domingo era a única opção que me sobrava. Eu rezava para que o domingo demorasse para chegar, mas o tempo corria contra mim. Parece que tudo o que interessava-lhe era o domingo. A única pessoa que odiava domingo tanto quanto eu, era um amigo que eu tive, mas que por ventura nunca mais falou comigo. Foi-se para São Paulo e hoje não faço ideia de como esteja. Espero que esteja bem, eu o adorava.
Enquanto eu tocava minha viola nesse domingo de pijamas, não consegui tirar Bárbara da cabeça por um só segundo. Acabei fazendo umas melodias e uma canção com o nome dela. Foi coisa de momento e eu não faço ideia de como era a letra. Eu pensava em como ela estava, o que estava fazendo, como acordou, como foi dormir e principalmente se estava com um outro alguém - ciúme? Eu me via cada vez mais envolvido com ela e juro que isso estava me fazendo bem. Pensar nela só me fazia lembrar que passou da hora de comprar aquele disco do Cartola.
Pensei em passar na casa dela só para dar um oi e, se quisesse, sair comigo para fazer alguma coisa que as pessoas normais fazem domingo - shopping não. Mas enquanto eu colocava meus "red shoes" - and dance the blues - a chuva, ironicamente, começou a molhar a minha janela. Isso foi mais desanimador que ver uma menina que eu gostava de mãos dadas com outro guri. Coisa de adolescente besta. Hoje minha vida é diferente. No mais, fui obrigado a morar sozinho por mais um domingo. Junto de minha vitrola, minha caneca, livros e de meu fiel companheiro - Doyle, meu gato que já me acompanha há dois anos. Quando me mudei para esse apartamento, eu notei que precisava de uma companhia, e nada melhor que um gato para ouvir minhas mágoas.

...continua.

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