segunda-feira, 21 de junho de 2010

Post #153 (#152 Pt. II)

– Moço...? - disse rindo meia boca.
– Desculpe. Não prestei atenção em nada do que disse. Mas já achei o que queria. Até outro dia.
– Tudo bem - e sorriu-me de uma forma tão doce que quase morri de amores ali mesmo.

Claro que aquilo que eu acabara de falar não era a coisa mais inteligente do mundo. Mas na hora, sei lá... Eu travei tudo, fiquei sem reação, não soube o que falar... Não é de hoje que eu não sei me portar perante uma mulher bonita. Eu sei lá, mas eu senti tanto amor naqueles sorrisos que eu até esqueci que disco queria comprar. Acabei saindo do sebo de mãos abanando, em compensação, meu coração transbordava coisas legais, lindas, recheadas de carinho e outras mil peças pregadas por essa minha imaginação tão fertil.
No outro dia, pensei em voltar até lá só para tentar conversar com ela uma vez mais. Dessa vez, eu queria mesmo conversar e não só perguntar aonde ficavam os discos. Acabei não fazendo por razões das quais eu mesmo desconheço. Talvez tenha me faltado coragem. Quando resolvi voltar lá, fui destemido a realmente conseguir alguma coisa além do "Oi, aonde fica a sessão de filosofia?":

– Oi.
– Olá. Em que posso ajudar?
– Eu venho observando esse sebo há um tempo. Notei que você é quase a coisa mais incrível que meus olhos já tiveram o prazer de encarar. Vim aqui atrás de um disco há uns dias, mas saí sem nada, esquecendo até o que estava procurando. Acho que eu só queria te dizer que você é linda. Era isso. Estou pronto para ouvir qualquer tipo de xingamento. Depois disso vou embora e prometo não mais encher-lhe a paciência.
– Oh... Obrigada! - riu envergonhada - Eu ouvi isso muitas vezes na minha vida, mas nunca de maneira tão transparente quanto essa que me transmitiu. Você parece ser uma rapaz legal, como se chama?
– Glenn. E você?
– Bárbara.
– Parece mentira ou meio piegas, mas eu sempre adorei esse nome...

E assim conversamos durante um bom tempo. Para mim era um avanço gigante, conseguir conversar com uma moça tão bonita quanto Bárbara. Resolvemos nos encontrar fora do Sebo para ver aonde nossas conversas nos levariam. Eu estava mais nervoso que um certo menino em sua primeira apresentação escolar.

...espero que haja continuação

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