Cada dia vivido com alegria.
De mim cuidava quando ficava doente.
E eu amenizava sua alergia.
Eu fazia de tudo para agradar.
Levava até café na cama.
Ela falava de mim para as amigas.
"Bom-Marido" era minha fama.
Tantos anos lado a lado.
Tanta coisa nas lembranças.
Esse nosso amor recíproco.
Gerou até duas crianças.
Um era masculino.
E a outra bem feminina.
Elliott - o nome do menino.
Beatriz - o nome da menina.
Quando tinhamos sessenta anos.
A idade chegou depressa.
E de lembrar dos bons momentos.
O meu rosto a lágrima atravessa.
A gente até dividia tarefas.
Quando já éramos idosos.
Ela continuava linda.
E seus cabelos cheirosos.
Até que um dia, a vida mudou.
Lembro-me de mim numa maca.
De dor, foi que Sofia chorou.
No seu coração havia uma estaca.
Estava eu à beira do penhasco.
No fim da vida, literalmente.
No seus lindos e castanhos olhos.
A tristeza era evidente.
Não aguentou ver seu amado assim.
Não podia fazer nada parado.
E como a vida que passamos, por fim.
Morremos também, lado a lado.
"O meu rosto a lágrima atravessa."
ResponderExcluirManinho, ao ler isto quase q atravessou o meu rosto mesmo...
:-)