quinta-feira, 22 de julho de 2010

Post #177

Eu queria ter de escrever que o vento havia mudado.
De certa forma só a rotina me abandonou.
E quando me dei conta que ainda estava aqui parado.
No fim das contas, em mim, ainda nada mudou.

Não mais vivo a escuridão que eram os meus dias.
Agora são um brilho cintilante feito purpurina.
À todas as coisas que me banharam em águas tão frias.
Digo que de mudança, em mim, só mesmo a rotina.

Por dentro das nuvens eu viajo quatro ou cinco anos.
Cada olhar que eu cruzo me acende uma nova vida.
Em cada olho desses me vem também os planos.
Que tive em minha cabeça numa tal rotina esquecida.

Torno-me surdo partindo dessa noite quente.
As razões ainda não fechei nessa minha mão
Na loteria do destino, apostei o que se sente.
Nas roletas com números, feri meu coração.

Ora, esse papo já me encheu toda a paciência.
Linhas não abrangem toda a minha tristeza.
Cansei de escrever sobre toda essa carência.
E de ler essas linhas grandes, dá-me uma moleza...

Ainda me arranho com coisas tão pequeninas.
Ao ver que o fruto fica no galho mais alto que tem.
Fico dentro do meu casulo protegido pelas cortinas.
E sozinho no meu canto ainda me acho um ninguém.

Um comentário:

  1. A mais bonita das de julho, reanime com agosto e não deixa tua poesia fugir não, viu? (:

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