sábado, 10 de julho de 2010

Post #170 (#152 Pt.XVII)

O domingo foi bastante preguiçoso. Deu na TV que a chuva não iria parar por algum tempo, começando por domingo. Ficamos o dia em baixo das cobertas ouvindo uns discos dela. A gente dividia os domingos em quatro partes: cada domingo do mês, faziamos alguma coisa diferente. Em um ouviamos meus discos, em outro os discos dela, em outro a gente descia para a rua e em outro a gente dançava em casa até nossos pés começarem a inchar. Como eu adorava o que ela escutava, nunca reclamava de ficar com ela o dia todos ouvindo aquele monte de coisas. Aquele domingo foi longo. Mais longo que o de costume, eu estava até cansado daquele domingo. Domingos sempre foram a minha fraqueza maior, como já contei para vocês.
Na segunda, como não precisava trabalhar, acordei um pouco mais tarde. Eram 9:00h quando notei que Bárbara não havia ido trabalhar:

- Isso são horas?
- Está chovendo muito. Liguei para S. Fachada e disse que estava doente. Ele acreditou.

Eu não tinha acordado muito legal naquele dia. Eu estava triste, bastante desanimado. Toda vez que eu focava meu pensamento em fatos não muito alegres do passado, isso me acontecia. Eu havia sonhado com um amigo que eu tive. Conheci ele adolescente já, mais ou menos com quinze anos. Em pouco, nos tornamos bem amigos, apesar de não nos vermos muitas vezes. A gente sofria da mesma coisa e só nós sabiamos disso. A gente gostava de não contar isso para os outros. Eu sabia o que me deixava triste e só eu sabia o que deixava ele triste. A gente se entendia bastante porque o motivo era o mesmo. Só que, ah... Meu destino sempre gostou de brincar comigo. Eu era o bichinho de estimação e meu destino era a Felícia. Num dia, conhecemos uma terceira pessoa, por quem ele acabou se apaixonando. Ele meio que esqueceu de mim e passava mais tempo com ela. Quando tornava a falar comigo, era para falar dela. Um dia, ironicamente e, juro, até hoje não sei o motivo, eles acabaram por desmanchar tudo. Acho que não quero mais escrever sobre isso, dói demais esse meu peito quando lembro de tal fato. Escrever sobre ainda me dá tapa na cara. O que importa é que eu perdi ele e nunca mais consegui recuperar. Ainda hoje, poucas vezes, vejo-o na rua... Ele nem deve mais lembrar-se de mim.

continua...

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