quarta-feira, 7 de julho de 2010

Post #168 (#152 Pt. XV)

Passei a tarde conversando com o Doyle, pensando se aquele rapaz tinha voltado ao sebo para "comprar" mais alguma coisa. Desenhei qualquer coisa para o trabalho e resolvi relaxar. Deixei meus chinelos no chão e apoiei meus pés sobre o sofá, enquanto comia Doritos com Doyle aos braços. Eu olhava para o teto e só sabia pensar naquele maldito cara. Eu não me via tão preocupado assim desde... desde... nem lembro desde quando. Doyle me entendia, ele olhava para minha cara e sabia bem o que eu queria dizer com isso. No fim daquela tarde, resolvi espairecer. Saí de casa e resolvi dar uma volta. Peguei um livro qualquer, escolhido aleatoriamente e desci à rua. Fiquei feliz em ver que iria passar algum tempo com Dostoiévski.
Quando cheguei em casa, pouco tempo depois, Bárbara ainda não havia chego em casa. Estava tudo intacto e eu já comecei a ficar mais pensativo. Tirei o volume da barba e esperei à mesa ela chegar para conversarmos. Quando chegou, chegou com o mesmo olhar do dia anterior, fui logo perguntando:

- Encontrou aquele cara novamente?
- Sim. Ele voltou ao sebo mas, dessa vez, não queria comprar nada.
- O que ele queria?
- Ah, como éramos muito amigos, queria só saber como eu estava, aonde estava morando, o que estava fazendo da vida, se estava namorando...
- E você...?
- Respondi. Disse que minha vida estava melhor do que nunca e que havia encontrado finalmente a parte que me faltava. Perguntou seu nome, o que gostava de fazer e eu respondi.
- Disse o quê?
- Ah, o que eu diria para qualquer um que me perguntasse de você. Disse que você adorava escrever e desenhava para um jornal da cidade, até que ele disse "Ora, então ele é o Glenn daqueles quadrinhos? Diga que adoro seus diálogos!". Só.
- Fico grato em saber que alguém realmente vê aquilo tudo - sorrindo.
- Você... Não está com ciumes, né, meu bem?
- Confesso para você que... Ah, esquece. Não há de ser nada.

Enquanto dizia isso, foi me contando do seu dia. Disse que estava bastante contente de ter encontrado seu velho amigo de adolescência. Depois, me mostrou uns passos de dança que gostaria que eu decorasse. Disse que estava cansada de dançar valsa para o Doyle, resolveu aprender tango. Ai, que guria maravilhosa! Me ensinava tanta coisa e eu gostava dela cada dia mais.

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