quarta-feira, 7 de julho de 2010

Post #167 (#152 Pt. XIV)

Chegamos em casa exaustos, prontos para outro domingo de sol. Eu sabia que meu aniversario estava chegando mas não imaginava que iriam preparar uma festa para mim. Eu não sabia como reagir a uma festa em que eu fosse a peça chave. A última vez que me fizeram uma festa assim, eu tinha mais ou menos cinco anos. Meus pais já deveriam estar cansados de ficar se preocupando com velas que fossem apagadas ou com convidados que fossem alimentados.
No meio daquela semana, deveria ser terça feira, Bárbara chegou meio tensa do trabalho. Ela estava mais quieta que o normal e a beleza dos seus olhos havia desaparecido. Ela parecia insegura e fez muito caso para contar o que havia acontecido. Quando resolveu me contar, disse-me que o menino que amava ela no colegial - que não era mais menino - havia aparecido aquela tarde no sebo. Me contou que ele a reconheceu sem dúvidas e que ficou muito sem graça de ter encontrado-a. Na hora eu senti uma coisa ruim dentro de mim, não sei dizer bem o que era, mas é como se tivesse explodido um caminhão inteiro de explosivos em minha cabeça. Eu não sabia o que aquilo queria dizer, mas não foi nada agradavel ter sentido aquilo. Tentei acalmá-la dizendo qualquer coisa que ela gostasse de ouvir, fiz um chá para ela e botei seu disco favorito do Seaweed na vitrola, deitei sua cabeça no meu colo e fiquei brincando com seu cabelo até ela pegar no sono.
Quando o dia amanheceu, ela parecia ter esquecido o que havia acontecido na tarde anterior. Me cumprimentou pulando em meus braços e me dando um grande beijo no rosto, molhando toda minha camisa limpa de café. Depois de morrer de rir ao me ver todo sujo, arrumou-se para sair e foi de caminhada para o trabalho. Antes de sair, ainda me chamou de "panaca". Eu fiquei em casa até a hora do almoço tentando pensar em alguma coisa legal para o trabalho. Eu só conseguia pensar aonde aquele rapaz estava, o que estava fazendo na cidade e por que diabos teve que achar Bárbara novamente. Posso estar sendo meio inseguro e idiota, mas aquele olhar que estava estampado no rosto da Bárbara depois de me contar desse tal rapaz não me parecia algo bom. Eu não queria pensar em algo negativo, mas eu não conseguia fugir dessa minha mania...

continua...

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