domingo, 26 de setembro de 2010

Post #207 (Vento Pt. IX)

Minha mão está gelada, sinto falta dos seus dedos.
Meu café já está esfriando, preciso tirar logo você daqui de dentro.
Escontrei seu bilhete hoje pela manhã, ainda não acredito em tudo isso.
Saiu sem dar tchau. Deixou o batom no espelho. Matou-me logo cedo.
Para onde foram aquelas minhas palavras bonitas?
Esperanças que hoje se escondem de baixo dos tapetes. Quanta bobagem.
A rima fugiu me deixando sozinho nessa chuva. Que falta você me faz.
Eu preciso de um apoio para continuar, preciso andar sozinho com minhas pernas.
O sentido que tudo isso faz me deixa abismado.
Saí apressado atrás do trem que partiu.
Não tive a oportunidade de me despedir.
Não segurei o choro quando seu lenço caiu.
Dizendo que minha vida não poderá colorir.
Volto para casa com meu sujo paletó.
O bouquet em minhas mãos já não vale nada.
Molhado de chuva e manchado de pó.
Ando sozinho nessa deserta estrada.
A vida vai embora conforme nasce o sol.
Meu amor foi embora como quem nunca amou.
Deito-me sozinho em meu gelado lençól.
Percebi que agora minha vida acabou.

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