Sabia eu, que a brincadeira já não tinha mais graça. Quando menos percebi, ajoelhei-me junto a ela e tentei confortar-lhe dizendo palavras agradáveis. De nada adiantou. Estraguei mais uma vida sem querer. Minhas mãos desajeitadas, nem de lenço serviram dessa vez. Desesperei-me. Disse, também, coisas terríveis carregadas de arrependimento. Ao vê-la chorar por minha causa, pensei em me matar. Meu orgulho não recuperara corações partidos e nem rostos infelizes. Sentei-me à cama com as mãos sobre o rosto. Joguei-me ao chão desolado, arrependido. Fiquei frio, quase enlouqueci. Tanto drama de nada adiantou. Perdi quem eu amava.
Antes de sair, arrumou-se com indiferença. Já não havia motivos para se produzir. A única pessoa para quem via sentido em arrumar-se, acabara de rasgar seus vestidos e cubrir-lhe até o pescoço de palavras cheias de hipocondria. Me esqueceu. Me deixou sozinho ao chão. Antes de sair, sua boca, perdida em lágrimas disse-me o mais triste que poderia ouvir em uma vida inteira. Me fiz de idiota à rei em segundos, voltando ao posto mais baixo da vida. Disse chorando, que ainda me amava. Que apesar de tudo, ainda me amava. Por conta da minha futilidade perdi, pra sempre, o melhor abraço do mundo. Ainda chovia e ela disse adeus sem olhar para trás. Minha vida acabou ali.
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