sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

codeine

eu caí na real. eu nunca fui poeta. eu só tenho problemas imaginários que minha cabeça insiste em criar. eu nunca fui amor. eu sou só medo. medo de machucar o outro. medo de me relacionar. medo de fazer alguém chorar. medo de morrer. mentira. esse último medo não existe. aliás, para ser sincero, eu até ficaria grato se acontecesse. desligar do mundo? me desligar das pessoas más que existem? isso seria mais do que o que desejei. mas a partir disso vem o pior medo: e se do outro lado ainda existir gente? eu não sei mais lidar com as pessoas. não quero ter que lidar com mais pessoas mesmo depois de morto. eu não quero mais sair de casa. eu não quero ir ao bar e sorrir um monte de mentiras. eu não quero conhecer pessoas novas. eu não quero conhecer pessoalmente as pessoas que só conheço pela internet. eu não quero sair do meu quarto. eu não quero dar risada e voltar pra casa frustrado. eu cansei disso. eu não quero voltar pra faculdade e ser uma pessoa diferente desta que escrever estas linhas mal escritas. eu não quero sair pra comprar pão e receber o desprezo do padeiro. eu não quero comprar cigarro e receber como troco o desdém da moça do caixa. eu quero que todo mundo vá pro inferno. bando de pilantras.

relaxa, só tô escrevendo isso por estar magoado comigo mesmo. eu não odeio vocês de verdade.

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