quarta-feira, 17 de julho de 2013

Tentando fazer um soneto de madrugada que chegue pelo menos perto do que o Gregório de Matos fazia inclusive com um título extenso

um turbilhão de água cai sobre sua pele
molha sua cabeça enquanto você pega a bucha
dentro de você aquela flor que era viva hoje é murcha
e em meu peito não há mais nada que por mim zele.

enquanto tu molhas tua cabeça na água fria
o sabonete te tira do corpo o que te suja
mesmo que dali o teu corpo já não fuja
junto da pretidão da pele, pelo ralo vai tua alegria.

então, quando você desliga o chuveiro
pega a toalha e vê que ela está molhada
e, mesmo gelada, seca teu corpo nu

enquanto teus pés saem do banheiro
cada batida do coração parece uma facada
e no almoço do teu amado já não estás no menu.

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