domingo, 26 de fevereiro de 2012

Senhora, eu sonhei com sua filha!

Na manhã de domingo não acordara mal.
Pois na noite passada sonhara com outro rosto.
Um rosto que nunca vira com ou sem sal.
E que do beijo nunca sentira o gosto.

O domingo amanheceu amarelo.
Parecia a areia duma ilha.
Escrevendo essas linhas, revelo:
Senhora, eu sonhei com sua filha!

Ela usava um lindo vestido verde.
E na orelha levava uma flor.
Esse seu jeito me deixava com sede.
E, por dentro, só florescia amor.

Nunca consigo mudar meu jeito.
Mesmo no sonho, de nervos estava uma pilha.
Isso tudo que tiro do peito.
É pra dizer à senhora que sonhei com sua filha!

Sentamos embaixo dum chorão.
Trocamos boas e longas risadas.
Cheguei a imaginar a vida que os filhos terão.
E nossas iniciais na árvore marcadas.

Pode achar que estou ficando louco.
Mas acho que quero entrar pra sua família.
Nessa manhã de domingo acordei rouco.
Porque, senhora, eu sonhei com sua filha!

Os melhores momentos de minha vida.
Foram vividos nesse curto sonho.
Que não teve nada a ver com dona Cida.
E nem com meu amigo Tonho.

Corremos tanto e tão alegres na grama.
Que nessa manhã acordei com dor na virilha.
Nisso tudo eu não procuro fama.
Porque a noite inteira, minha senhora,
eu sonhei com tua bela filha!

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