quarta-feira, 10 de março de 2010

Post #64

Cansei de ser clichê.
Falar disso é tão... clichê.
Mas sem o clichê eu não vivo, então...

- - - - - - - - - -

É só com o sofrer na poesia.
Que eu faço algo que preste.
Portanto, é uma total heresia.
Eu desfazer-me da minha cipreste.

Esse lance melancólico do sofrer.
É o que transforma o meu poema.
Se eu deixar de lado o meu morrer.
Sobra-me uma inspiração pequena.

Já diziam os sofredores de plantão.
Que nossa amada tristeza não tem fim.
Mas ela, felicidade, habitante do coração.
Ironicamente, rapidamente, termina sim.

O espinho que espeta a minha alma.
Fez com que meu coração sangrasse.
Vozes que eu ouço me pedem calma.
E se eu quiser paz, é melhor que esperasse.

Esperar o quê? Então perguntei.
Mas me responder não quiseram.
Então de sofrer, de repente, parei.
E todas minhas inspirações morreram.

Sem o sofrer no meu poema.
Perco tudo o que me restou.
Sobra-me a indecisão extrema.
E o sorriso de quem me amou.

Grande parte do meu sofrer.
Está depositado em outro corpo.
As vozes imploram para morrer.
Ao saber que sem você estarei morto.

As vozes que eu ouço, me seguem pela cidade.
Pois elas não conseguem viver sem mim.
Sabem que fora de mim terão o destino da felicidade.
E de forma dolorida, logo terão o seu fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário