Desse meu sofá eu vejo:
uma criança, um cão e um adulto.
Mas de tudo aquilo que desejo.
Para mim só ficou o vulto.
A chuva molha a minha janela.
E a tempestade cai sobre meu peito.
A chuva cai e lava tudo.
E em morte fico no meu leito.
O cinza abre-se no céu.
O negro fez-se em meu pensamento.
Em momentos de solidão.
Ouço Nelson Sargento.
O cinzento daquele céu.
Já virou comum para mim.
Vejo chegando rápido.
O ínicio do meu fim.
Melancolia desenfreada.
Tornou-se minha companheira.
A minha alegria tão feliz,
cedeu espaço para
a minha tristeza festeira.
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