sexta-feira, 14 de março de 2014

Por las calles de Curitiba

Fico triste com um bocado de coisa
E até por coisa que eu nem lembro.
Às vezes planejo quando é que vou ser atropelado
Às cinco da tarde na Sete de Setembro.

Não sinto mais o gosto das frutas
Maçã, melão, uva, pêra e mimosa.
Perco dias imaginando como seria
Ser atropelado por um vermelhão na Rui Barbosa.

Penso até na música em que eu estaria ouvindo
Meus fones estourariam com Balaclava.
Mas essas coisas eu só imagino
Quando acontecem na Visconde de Guarapuava.

Passo no China da Tiradentes
Compro um litrão e um pastel.
Subo até o último andar do prédio
E meu corpo cai numa rua do Batel.

Acabou por acontecer de um jeito bem simples
E hoje minha mãe dormirá aos prantos.
Meu corpo acabou de ser acertado
Por um caminhão em plena Edson Campos.

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