segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Stay in solitude

Passei a tarde desta segunda feira sozinho em casa. Tive um fim de semana muito gostoso mas me senti mal do estômago, então, não fui à aula de hoje. Meu pai levou minha mãe ao centro para resolver uns problemas. Ela já tem sessenta anos e quer aposentar logo, porém, não sabe se vai dar para fazê-lo tão já.

Tive tempo de fazer muita coisa. Pensar sobre muita coisa. Experimentei por horas o que poderia ser uma prévia de como será morar sozinho. Tenho essa vontade desde um pouco mais jovem e cada dia que passa vejo esse sonho se realizando. Só que quanto mais eu penso nisso, mais fantasmas aparecem. É como tudo na minha vida. Se eu penso em fazer alguma coisa, por outro lado, invento razões para não dar certo.

Decidi aproveitar minha solidão - não só hoje, mas, sim, em todo momento que ela aparecer. Apreciar o fato de estar comigo mesmo. Apreciar as belezas do silêncio ou do canto dos pássaros perto da minha janela. Aproveitar a plenitude da solidão. Fui ao portão e fiquei lá por alguns minutos. Vi as pessoas que são minhas vizinhas andarem de um lado para o outro. Vi uma menina bonita que, agora, quero saber onde mora. Vi a cadela de estimação da Vanei. Vi conhecidos de anos passando de carro com som alto. Quando entrei pela porta da cozinha, tranquei-a. Coloquei o disco "Medo de avião" do Belchior para rolar e acendi um cigarro. Foi por medo de avião que segurei, pela primeira vez, a tua mão.

Colocando os prós e os contras se confrontando, percebi que ainda não estou preparado para morar sozinho. Talvez quando eu largar dos remédios ou comprar mais discos. Ainda não sei como me deleitar com esse meu banquete solitário. Ainda não estou pronto para ficar tantos dias, quem sabe meses, somente com a minha companhia. Tenho de aperfeiçoar isso para que eu me ame mais e, então, poder ficar mais tempo comigo mesmo.

3 comentários:

  1. Neto,
    É estranho eu me identificar com as palavras de alguém que nem conheço, mas isso acontece bastante com relação à você. "É como tudo na minha vida. Se eu penso em fazer alguma coisa, por outro lado, invento razões para não dar certo." Bom saber que não estou sozinha.

    Um abraço!

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  2. Cê nunca está sozinha, Aline! Sempre estarei contigo. Encontraste um amigo aqui, nestas linhas.

    Abraço,
    Neto.

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  3. Obrigada pelo carinho, Neto! Também encontraste uma amiga aqui.

    Um abraço!

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