sábado, 1 de setembro de 2012

As noites de Curitiba já não têm tanta graça


Acordei assustado, meio tenso. Hoje eu tive folga do trabalho e tive a oportunidade de viver fora da fumaça de óleo diesel, ainda que fosse por pouco tempo. Senti como se fosse uma brecha que eu abri na vida para, sei lá, me sentir um pouco vivo no meio dos amigos e das amigas. A noite caiu e eu ainda me sentia vazio. Vazio como me sentia quando saí de casa. Sábado estranho... Sábado vazio. Foi tudo muito rápido. Os cumprimentos, os abraços, os goles de cerveja, hamburgers de soja, risos e até lágrimas. Tudo durou pouquíssimo.

Na hora do tchau, como não havia companhia para ir embora de ônibus, resolvi mudar a rotina do centro e andar oito quilômetros até a minha casa. Fui impedido. Não me deixaram. Talvez fosse mesmo bobagem e eu nem fiquei nervoso com isso. Caminhei com outros três até meu tubo, subi e entrei no ônibus. O caminho todo levava um velho falando ao celular: "Oi. Aqui é o Ferrari. Quer trabalhar amanhã? Pode chegar às onze..." e uma menina falando ao celular sobre ter levado um pé na bunda de um tal de Fernando. Ela parecia ser legal, esse Fernando deve ser um babaca. 

Chegando no terminal, ainda estava com vontade de andar. Nessas alturas, não seriam os mesmos oito quilômetros. Agora, eles foram reduzidos a dois. Ainda estava assustado. O susto matinal tinha tomado conta de mim, do meu coração e pensamentos. Eu estava pensando muita bosta. As mesmas que eu pensava antes. Estou sentindo muita saudade e, de vez em quando, acho que vou morrer. Morrer de saudade. Andei os dois quilômetros (porra nenhuma, é bem menos que isso) e cheguei em casa. Concluí que o céu de Curitiba está pelado. Tudo o que o colore, é uma lua soltária, a esta hora, bem pequena. Caralho, tem vez que estar sozinho é dificílimo. Nunca me acostumarei...

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